Cirstea: "Gosto muito mais de treinar hoje do que quando tinha 20 anos"

Cirstea: “Gosto muito mais de treinar hoje do que quando tinha 20 anos”

Por José Morgado - setembro 4, 2023
cirstea-press

Sorana Cirstea tem 33 anos, mas está na melhor forma de sua vida. Após as semifinais no WTA 1000 de Miami e as quartas de final em Indian Wells, a romena está brilhando novamente nos Estados Unidos, desta vez marcando presença nas quartas de final do US Open pela primeira vez em sua vida, em sua 15ª participação. Em coletiva de imprensa, a romena não esquivou de nenhuma pergunta.

VITÓRIA INESQUECÍVEL

Estou muito feliz com a vitória, estou muito satisfeito com a forma como comecei o jogo hoje. Acredito que tive um início muito forte e transmiti uma mensagem muito positiva desde o princípio. Estou muito, muito satisfeito com a minha mentalidade nesta partida e com o meu nível de jogo.

SEMPRE FOCADA NO OBJETIVO

Estou jogando bem há muito tempo. Às vezes, sinto que os resultados não correspondem ao trabalho que venho fazendo. Há vários meses que tenho executado as coisas da maneira correta. Hoje lidei com esta partida da mesma forma que com qualquer outra. Tenho começado as partidas muito bem, e isso foi fundamental para chegar rapidamente a 5-0 no primeiro set. Quebrar logo no início do segundo set também foi muito importante.

SEM DISTRAÇÕES E ELOGIOS À RIVAL

A Belinda é um amor. Nos damos muito bem; nossos armários ficaram juntos durante toda a semana, e nós nos parabenizamos após cada jogo. Até agora, as únicas pessoas com quem conversei foram meu treinador, meu namorado e minha família. Sempre procuro fazer as coisas com calma, estar ao lado das pessoas que estão realmente próximas e me apoiam nos bons e maus momentos. Depois, coloco o resto em dia. O mais importante é que estou aqui, fazendo tudo de forma muito profissional.

A CHAVE PARA JOGAR ASSIM AOS 33 ANOS

Não acredito que exista magia ou algo parecido. Gostaria de poder compartilhar qual é o truque, o segredo para poder usá-lo sempre (risos). Se você trabalhar duro, a recompensa virá mais cedo ou mais tarde. Fiquei um pouco frustrada nas últimas semanas, começando em Washington: tive um jogo muito disputado em Montreal, perdi outra partida muito acirrada em Cincinnati. Eu dizia ao Thomas [Johansson, meu treinador] que não entendia por que os resultados não estavam aparecendo. Tenho feito tudo certo e jogado bem. Melhorei muito mentalmente e estou muito melhor em campo. Ele me disse para continuar, não parar, que isso aconteceria. E mesmo que não aconteça, pelo menos posso dormir sabendo que dei o meu melhor. Neste esporte, enfrentamos outras jogadoras, e elas podem fazer melhor do que eu. Não existe uma chave ou truque de magia. Apenas continue acreditando.

ALTOS E BAIXOS

Às vezes, a vida não é justa, no esporte e fora dele. Muitas pessoas trabalham muito, mas nem todos recebem sua recompensa. A vida é assim. Mas repito, estou feliz por continuar aqui; todos nós estamos trabalhando muito para que isso aconteça. Hoje vou aproveitar, é muito gratificante encontrar uma recompensa, mas mesmo que não tivesse alcançado este resultado, ficaria igualmente muito feliz com os últimos dois anos da minha carreira. Dei o meu melhor. Aqui é onde o Thomas tem me ajudado muito. Desde que ele entrou na minha equipe, comecei a gostar de treinar. Antes, eu só ficava ansiosa pelos jogos, era muito competitiva e ainda sou, mas agora também estou gostando de treinar. Gosto muito mais de viajar, das pequenas coisas, porque tudo faz parte da carreira de tenista. Essa é a diferença agora; não estou tão focada em resultados, estou mais focada no trabalho diário.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com