Diretor do Rio Open pontua desafios para realização de torneio feminino

[EXCLUSIVO] Diretor do Rio Open celebra fase das brasileiras, mas pontua desafios para realização de torneio feminino

Por Bruno da Silva - fevereiro 17, 2023
bia haddad rio open
Bia Haddad em ação no Rio Open 2015 (Foto: Gabriel Heusi/Thiago Diz/Asics Brasil)

O bronze olímpico de Laura Pigossi e Luisa Stefani, que se consolidou como uma das melhores duplistas do mundo, e a ótima fase de Beatriz Haddad Maia fizeram crescer o movimento por um torneio WTA no Brasil. A hashtag #RioOpenpraElas, esporadicamente, pinta nas redes sociais, inclusive com apoio das tenistas, pedindo por uma competição para as mulheres no país.

Nas três primeiras edições do Rio Open, o evento foi combinado com competição masculina e feminina, mas, desde então, apenas os homens disputam o torneio.

Ao Bola Amarela, o diretor de relações do torneio Ricardo Acioly, o Pardal, celebrou o ótimo momento das tenistas brasileiras e admitiu que isto pressiona o Rio Open para ter um torneio feminino. Esta é uma ideia para o futuro, mas as dificuldades logísticas são um grande obstáculo a ser superado.

Enquanto a ATP tem o Golden Swing, uma sequência de quatro torneios no saibro na América do Sul nos primeiros meses do ano, atualmente, a WTA só tem uma competição no continente: em Bogotá, em abril, após o WTA 1000 de Miami. Desta forma, fica difícil atrair tenistas top.

EVENTO COMBINADO

Não é fácil fazer um evento combinado. Nos primeiros anos, tínhamos jogos às 14h, era muito difícil. Não dava para começar às 16h porque tínhamos os dois torneios. É uma logística muito complicada. E tínhamos grandes nomes do masculino, como Nadal e Ferrer, e nem perto disso no feminino. A consolidação do torneio foi muito por isso, focar em um evento só. Mas o resultado do tênis feminino brasileiro, sendo tão expressivo, está abrindo condições para se viabilizar. Não estou dizendo que faremos, mas ter uma jogadora 12 do mundo é totalmente diferente. No ano que fizemos, não tivemos nenhuma top 20. Mas a dificuldade não é só do Rio Open, não há uma gira que tenha apelo para as mulheres virem jogar. Sem dúvida, é algo para pensar no futuro.

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SATISFAÇÃO PELO MOMENTO DAS MULHERES

É um momento super especial para as meninas. Sempre vi a Bia como uma jogadora com muito potencial. Com muitos problemas, sempre se mostrou muito trabalhadora e dedicada. Esse desenvolvimento dela foi trabalhado, suado, conquistado. A medalha da Luísa e da Laura, que veio quase do nada, também inspirou a todas. A Luisa voltou de uma lesão como se nada tivesse acontecido. A Ingrid (Gamarra Martins) também está conseguindo resultados, treinou na minha academia dos 10 aos 18 anos, foi para os EUA estudar na minha universidade, acompanhei ela muito, e ainda temos outras meninas, como a Carol (Meligeni). É a primeira vez desde a Maria Esther Bueno que o tênis feminino coloca o masculino nas sombras.

MOMENTO DOS HOMENS

O Thiago (Monteiro) é um jogador consolidado no top 100 e é justo pela carreira dele, mas está faltando aquele resultado para colocar entre os 50. Sei que ele tem muita dedicação e força de vontade. O Rafael (Matos) também mantém a tradição de bons duplistas brasileiros, no caminho que o Bruno Soares e o Marcelo Melo abriram. Lembro dele na Maria Esther Bueno Cup, tenho muita satisfação de ver o trabalho dele com o técnico Franco Ferreiro dando certo. E temos outros nomes. O momento das mulheres é também um desafio para os homens.

Iniciei minha carreira no Jornalismo em 2013, ainda como estudante, como redator no portal VAVEL Brasil. Completei minha graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2017. No ano seguinte, assumi a posição de editor-chefe da VAVEL. Desde 2019, sou repórter do jornal O Município, em Brusque, segundo maior portal de notícias em audiência no estado. Trabalho principalmente na cobertura de política, mas também em geral, esportes, entre outras editorias. Em pouco mais de três anos atuando no jornal O Município, fui reconhecido por três prêmios de jornalismo estaduais. Em 2022, conquistei o prêmio Sebrae e o Fiesc, que é considerado o mais importante do estado de Santa Catarina. Em 2021, venci o primeiro lugar regional e o segundo estadual no prêmio Fapesc de Jornalismo em CTI – Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde o início de 2023, assumi como editor da versão brasileira do portal Bola Amarela, referência na cobertura de tênis em Portugal e no Brasil.