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Ricardo Oliveira: «Tenho total confiança que o Mundial será um sucesso»
Responsável pela vinda da XIII edição do World Padel Championships para Portugal, o Presidente da Federação Portuguesa de Padel (FPP), Ricardo Oliveira, realizou um sonho e, ao mesmo tempo, espera conseguir criar um novo impulso para o incremento e desenvolvimento da modalidade em território nacional. Apesar de reconhecer as ínfimas possibilidades das Seleções portuguesas, sobretudo na competição masculina, atendendo à ainda curta história do padel português quando comparada com a argentina, espanhola e a brasileira, e às dificuldades ditadas pelo sorteio, Ricardo Oliveira mantém a fé nos jogadores portugueses. “Quase impossível vencer a Argentina e Espanha”, sublinha, mas Portugal pode reafirmar-se como uma “das cinco melhores equipas a nível internacional”, acredita. “Para isso precisa de bater o Brasil ainda na fase grupos”. Eis a primeira parte da conversa do Bola Amarela com o Presidente da FPP… A segunda metade da entrevista abordará o “caso” Ana Catarina Nogueira e será publicada amanhã.
A duas semanas de Portugal receber, pela primeira vez, o Campeonato do Mundo, quais são as expetativas da Federação Portuguesa de Padel (FPP) em relação ao evento?
Que seja um sucesso! Esperamos que os jogadores e delegados dos países presentes fiquem satisfeitos não só a nível desportivo, como organizacional, gostem do clube e zona escolhida para acolher o Mundial e passem bons momentos. Que fiquem com uma boa imagem do nosso país! Em termos de organização, o torneio está bem entregue ao João Lagos e temos a certeza que vai correr tudo bem, mas também desejamos ter uma boa divulgação da modalidade. O nosso objetivo é fazer o padel crescer mais em Portugal, que mais pessoas comecem a jogar e possamos trazer mais turismo a Portugal. Em Espanha, o padel é jogado por mais de 4 milhões de pessoas.
Mas a modalidade tem registado um crescimento acentuado e acelerado, sobretudo quando comparado com muitas outras.
Só para dar um exemplo. Durante o Lisboa Challenger, realizado em Lisboa pouco antes do verão, a página de Facebook da FPP teve 420 mil visitas de pessoas diferentes, durante os seis dias de prova. Ora, quando se organiza um Mundial, esperamos mais e divulgar a modalidade de uma forma ainda maior. E, ao fazê-lo, que possamos ter melhores valores/jogadores na modalidade. Por fim, se Portugal alcançar um bom resultado no Mundial será ainda mais positivo. Porque já temos muito bons jogadores e, quando os há, também há quem queira ser como eles. Isso é fundamental para o desenvolvimento de uma modalidade e, nesse sentido, acho que estamos no bom caminho.
Em relação às Seleções Nacionais. Qual é a ambição e as reais possibilidades, quando vão estar na Quinta da Marinha Rackets Pro as maiores potências da modalidade, como é o caso de Argentina, Espanha e Brasil?
Essas três potências levam décadas de avanço na modalidade. Somos um país novo no padel, mas já muito bem representado no panorama internacional. Os jogadores portugueses têm muito mérito e todas as suas conquistas, note-se, são reconhecidas por todos. É um orgulho para mim ver a evolução deles e como são respeitados lá fora. Agora, frente a Espanha e Argentina, sem qualquer demérito para os nossos atletas, posso dizer que é impossível ganhar. As duas seleções contam com os 15/16 melhores jogadores do mundo. É muito difícil para Portugal, que começou a jogar padel há três anos, conseguir competir com essas duas equipas. O Brasil também tem excelentes jogadores, embora o Pablo Lima e o Marcelo Jardim não marquem presença. Com esses dois na seleção brasileira tornar-se-ia quase impossível batermos o Brasil. Mas, não estando esses dois, tenho fé que os nossos jogadores possam vencer. Portugal está entre as melhores cinco equipas a nível internacional, mas tivemos uma sorte madrasta no sorteio e ficámos no grupo da morte, com três das que considero as cinco melhores formações do mundo. Tivemos azar e agora vamos tentar ganhar ao Brasil, em casa. Portugal já ganhou ao Brasil noutras modalidades, porque não no padel? A ambição nos homens é essa, passar a fase de grupos e depois tudo se torna mais fácil, porque só encontraríamos a Argentina nas meias-finais. Se ganharmos ao Brasil ambicionamos o 3º lugar, se perdermos já só poderemos lutar para o 9º e esse passará a ser uma obrigação. Nas senhoras, mesmo sendo cabeças de série, também não foram bafejadas pela sorte e calharam no grupo com o Brasil, o que significa que se não ganharem passam em segundo lugar. E, se assim for, encontram uma Argentina ou Espanha logo a seguir, tornando as coisas mais difíceis. Ainda assim, acho que temos uma excelente equipa feminina e até acredito que nos pode dar um resultado melhor que a equipa masculina. Se ganharmos ao Brasil jogamos para o 3º lugar, se perdermos já só poderemos jogar para o 5º lugar e esse passa a ser uma obrigação.
Como estão a correr os preparativos para a XIII edição do World Padel Championships?
Embora seja a representante da FIP em Portugal e tenha ganho a organização do mundial, a FPP associou-se ao João Lagos, um nome de peso no meio desportivo, e sobre ele que recai a grande responsabilidade dos preparativos e organização deste evento. É um trabalho de gestão de centenas de pessoas – só jogadores são 240, homens e senhoras -, que acarreta grandes dificuldades, ainda para mais com o anúncio da vinda do torneio para Portugal a ser feito tão em cima da hora, mas julgo que está bem entregue. Dentro do pouco tempo, contudo, que o promotor teve para organizar e promover o evento acho que a melhor resposta será dada no final. Tenho total confiança que o Mundial será um sucesso e Portugal será muito bem representado, não só desportivamente, mas a todos os níveis, – há semelhança do que João Lagos já fez noutras modalidades.
Esperam muito público? Quais são as previsões?
Temos tido muita procura de bilhetes. Sabemos que há delegações que, para além dos jogadores e dirigentes, trazem mais 10 e 20 pessoas. Há uma delegação inclusivamente que quer trazer cerca de 50 pessoas. Será um evento visto pelo mundo inteiro, vai ter livestreaming e estamos a contar com uma enchente de público, sobretudo de familiares e apoiantes das seleções estrangeiras. Além disso, contamos também com o apoio dos portugueses à nossa Seleção, que bem vai precisar. Será muito importante e fundamental para o jogo com o Brasil. O torneio vai ser num excelente clube e arriscamos a ter as instalações lotadas em certas horas e dias. É muito importante que Portugal acarinhe a Seleção e que o público marque presença em força no dia do jogo com o Brasil.