Bouchard pronta para voltar ao seu melhor: «O que importa o que dizem sobre mim?»

Bouchard pronta para voltar ao seu melhor: «O que importa o que dizem sobre mim?»

Por José Morgado - dezembro 24, 2018
bouchard

Quando mencionamos Eugenie Bouchard é quase impossível não falar de duas “pessoas distintas”. A primeira parece ter adormecido no fim do ano de 2014, em que conseguiu alcançar a final em Wimbledon, com um ténis que surpreendeu o mundo. Já a segunda versão de Genie, assoberbada por vários patrocinadores, campanhas publicitárias e constantes notícias sobre si, é muitas vezes criticada como se fosse uma sombra do sucesso que atingiu naquele ano de ouro.

“Depois daquele ano de 2014, a minha vida mudou por completo de um ano para o outro. De repente, estava constantemente a ser observada pelo público e senti uma pressão tremenda para manter a minha forma e conseguir resultados a cada semana.” Referiu a atual número 87.

A mudança repentina que se sentiu deve-se, segundo Bouchard, às contantes vozes que opinavam sobre a sua forma de jogar. “Confundiram-me sobre o meu estilo de jogo. Sofri com as alterações no meu staff técnico e sentia muita pressão com os resultados e com as lesões que tinha. Sentia que não jogava o ténis que nasceu comigo.”

A inconsistência de Genie é, de resto, o motivo principal pelo qual se coloca em causa a sua qualidade como tenista, mas em 2019 a tenista canadiana quer terminar com essas dúvidas e já sabe o que fazer para voltar ao topo da hierarquia. “Gosto de ser agressiva e ter o controlo dos pontos e sinto que não fiz isso nos últimos anos. Foi muito importante centrar-me no meu jogo e no meu ténis. Voltar a ser como era e deixar que o meu instinto entre em jogo é o que mais me vai ajudar.”

Quase fora do top 200, Bouchard disputou torneios mais pequenos e teve que se sujeitar ao qualifying, por exemplo, do US Open. A antiga top 5 WTA aproveitou essa verdadeira viagem espiritual para a aprender a fazer frente à pressão e já sabe o que tem de fazer para não voltar a cometer os erros do passado. “Estive numa montanha russa e agora sei que a pressão é algo que colocamos em nós mesmos. Tenho de ter uma mente vazia e não colocar pressão em mim mesma. Tentar jogar de forma livre. Afinal de contas, o que importa o que dizem sobre mim?” Recorde-se que Bouchard foi recentemente derrotada na final do Havai Open torneio de preparação, tendo derrotado nas meias-finais a ex-número um mundial, Garbiñe Muguruza, demonstrando muita vontade em tornar reais as suas aspirações para 2019.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt