Portugal conquista uma medalha de prata e duas de bronze no Campeonato Mundial de Veteranos

Portugal conquista uma medalha de prata e duas de bronze no Campeonato Mundial de Veteranos

Por José Morgado - agosto 9, 2024

Portugal concluiu a participação no Campeonato do Mundo de Veteranos por Equipas (ITF World Team Championships) com três subidas ao pódio: a seleção nacional de W35 teve a melhor prestação e conquistou a medalha de prata no Complexo de Ténis do Jamor, o mesmo local onde os conjuntos de M35 e M40 garantiram o bronze. A equipa de W40 foi a única que não conseguiu fechar a campanha com um triunfo e ficou na quarta posição.

O percurso da seleção de W35 na Suzanne Lenglen Cup foi irrepreensível até à final, mas o desfecho tardio da véspera juntou-se ao favoritismo das adversárias e impediu a festa portuguesa frente à Itália, que venceu por 2-0 e celebrou a conquista do título de campeã mundial em pleno Court Central do Jamor.

A decisão arrancou com um duelo entre duas jogadoras que competiram profissionalmente. Alberta Brianti chegou a ser 55.ª no ranking WTA (tem um título no circuito principal no currículo) e expôs todas as credenciais — e uma bela esquerda a uma mão — para levar a melhor sobre Magali De Lattre (ex-334.ª) por 6-1 e 6-0.

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Depois, a capitã Rita Freitas acabou por não resistir às mazelas físicas acentuadas na véspera, quando venceu já para lá das 20h num encontro com contornos dramáticos para selar o lugar na final, e teve de desistir quando Giulia Gatto-Monticone (ex-top 150 e profissional há menos de dois anos) já liderava por 6-2.

O resultado colocou um ponto final na discussão, que já não se prolongou ao par, e deu a Itália a medalha de ouro e a Portugal a de prata — a melhor prestação de sempre neste escalão. A França venceu a Alemanha por 2-1 e ocupou o último lugar do pódio.

No escalão de W30 (o único quadro em que Portugal não reuniu uma equipa), o título sorriu à Alemanha, entretanto derrotada pela Espanha na decisão de W40.

Nessa prova, a Young Cup, Portugal lutou com os Estados Unidos da América pela medalha de bronze, mas as visitantes venceram por 3-0 e negaram a festa às anfitriãs.

Catarina Ferreira até entrou com o pé direito, mas não foi capaz de segurar a vantagem e cedeu por 0-6, 6-3 e 6-4 no duelo com Kaysie Smashey, tal como ela uma ex-top 500 mundial. Inês Moura ofereceu menos réplica a Anda Perianu, que puxou das credenciais de ex-número 120 WTA para triunfar por 6-2 e 6-0 e dar às visitantes o último lugar do pódio, logo a seguir reforçado com a vitória de Yulia Bolotova e Jennifer Sinclair no par final, por 6-1 e 6-2 contra Catarina Ferreira e Isaura Faria.
Finais felizes tiveram as duas equipas masculinas, uma vez que tanto a seleção nacional de M35 do capitão Pedro Sousa (antigo 99.º e finalista do ATP de Buenos Aires em 2020, atual treinador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis), do ainda profissional Gonçalo Falcão, de José Ricardo Nunes e de Manuel Leonardo, como a de M40 de Rui Machado (capitão e atual líder nacional da Taça Davis, ex-59.º ATP), Gonçalo Nicau (antigo 531.º), Gonçalo Figueiredo e Gonçalo Pereira venceram as eliminatórias de atribuição da medalha de bronze.

Ambos os conjuntos precisaram de sofrer e só saíram vitoriosos no par decisivo. Os M35 necessitaram mesmo de anular um match point para sobressaírem face aos Países Baixos por 2-1. Anwar Salam adiantou os forasteiros ao bater José Ricardo Nunes por 6-4 e 6-0, mas Gonçalo Falcão deu dois pontos à equipa, o último ao lado de Nunes.

O tenista de 36 anos, 485.º do ranking ATP de pares, superou Philippe Brand com os parciais de 6-2 e 6-1 e o par fulcral foi vencido por 5-7, 6-2 e 12-10. No match tie-break, Falcão e Nunes desperdiçaram quatro pontos para arrecadarem o bronze e só concluíram o duelo ao quinto, num dos embates mais emocionantes da semana. A 10-9, José Ricardo Nunes encontrou um winner de resposta de esquerda ao longo da linha para anular o match point dos neerlandeses.

O triunfo da equipa de M40 não foi tão sofrido, mas também só foi resolvido na “negra”, no caso com a congénere italiana. Marco Pedrini bateu Gonçalo Pereira por 6-1 e 6-2; Nicau igualou a eliminatória ao derrotar Alberto Brizzi (ex-230.º ATP) com os parciais de 1-6, 6-4 e 6-4; e os mesmos protagonistas deram o bronze à equipa das quinas ao celebrarem por 6-3 e 6-4 face a Pedrini e Emiliano Privato.

O título de M30 foi conquistado pela Alemanha (Portugal concluiu a participação nesse escalão logo na quinta-feira, com um honroso nono lugar conquistado no Club Internacional de Foot-Ball), o de M35 pela França e o de M40 pelos Países Baixos.

Concluído o Campeonato do Mundo de Veteranos por Equipas (ITF World Team Championships), que entre os dias 4 e 9 de agosto se estendeu ao Complexo Desportivo do Jamor, ao Clube Escola de Ténis de Oeiras e ao Club Internacional de Foot, já este sábado arranca, no Jamor e no CIF, a prova individual (ITF World Individual Championships), jogada entre 10 e 17 de agosto.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com