This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Wawrinka escreve em jornal suíço: «A minha única opção era sofrer»
Stan Wawrinka é agora um feliz possuidor de três títulos do Grand Slam, depois de conquistar de forma algo surpreendente o Open dos Estados Unidos no mês passado, mas a sua caminhada para o triunfo em Flushing Meadows esteve longe de ser pacífica. É o próprio quem o confessa, em jeito de desabafo, numa coluna que assina no jornal Le Matin Dimanche, com o revelador título “A minha única opção era sofrer”.
“Muitas pessoas me perguntam como é que fui capaz de sair do court com um ar tão despreocupado, quando cinco minutos antes tive um ataque de nervos e tentava aguentar as lágrimas (tentei mas não fui capaz)”, começou por escrever o número três mundial sobre os momentos que antecederam a final diante de Novak Djokovic.
“Já ficava satisfeito se ninguém reparasse que os meus olhos estavam vermelhos. Com 23 mil espetadores e câmaras por todo o lado, não iria ser fácil. Mas tinha de o esconder. Devia estar com uma aparência horrível, porque, como disse na conferência de imprensa, estava quase a perder o controlo, quase a quebrar fisicamente, com os nervos. Senti que estava no meu limite”.
Um estado de ansiedade a que Wawrinka deu a volta numa espécie de fuga para a frente, sem olhar à dor. “Prolonguei as trocas de bola o mais que pude. Mais uma pancada e outra, para que fossem as pernas a trabalhar e não a cabeça. Lutei até me faltar o fôlego. Chegado a esse ponto, a mente não é capaz de pensar. Toda a energia e concentração que tens é para o encontro. Para esse momento e para o seguinte. Mais nada”.
“Estava muito mal. Levei-me ao limite. Tinha tão pouco ar que acabei por sufocar as vozes que tinha na minha cabeça. Agora digo isto com um sorriso, mas não podem imaginar até que ponto essas vozes podem ser arrebatadoras. Com o cansaço, não era capaz de pensar em nada, e acabei foi então que comecei a jogar bem, a impor com a esquerda e com o serviço”, relembrou.
Optando por não jogar esta semana em Tóquio, o helvético explica que precisava de “descansar um pouco a máquina“. “Quando se ganha um Grand Slam, alcanças um nível emocional inimaginável. Entra-se num outro estado e às vezes é difícil recuperar, reagrupar as ideias e regressar a casa ou a um torneio como se se regressasse a uma aula”, comparou Wawrinka.
- Categorias:
- Fora de Linhas