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Trungelliti denunciou esquema de apostas que acabou na suspensão de colegas: chamam-lhe ‘rato’ e ‘chibo’
Marco Trungelliti, argentino de 29 anos, saltou para a ribalta em 2018, quando fez uma longa viagem de carro com a mãe e avó, entre Barcelona e Paris, depois de saber que iria entrar no quadro principal de Roland Garros, de forma inesperada, com o estatuto de lucky loser. Agora, o tenista que ocupa o modesto 117.º posto do ranking mundial voltou a dar nas vistas por uma longa entrevista que deu ao jornal ‘La Nacion’, onde fala do famigerado flagelo das apostas, que tem afetado especialmente o ténis do seu país. Só em 2018, dois tenistas de perfil semelhante ao seu, Federico Coria e Nicolas Kicker, foram suspensos pela Unidade de Integridade do Ténis (TIU).
Ao ‘La Nacion’, Trungelliti revelou ter recusado entrar num esquema altamente lucrativo de apostas em 2015, que incluía telefonemas secretos e dinheiro pago em numerário através de… envelopes. O esquema envolvia outros oito tenistas argentinos e estrangeiros que… já tinham aceitado a proposta. Foram-lhe dados todos os nomes. Receoso de toda a situação, Trungelliti pediu ajuda a um amigo que falava melhor inglês e denunciou formalmente o caso à TIU antes de viajar para Barcelona, onde foi à procura de uma carreira e vida melhor… de forma digna.
Nicolas Kicker, um dos tenistas envolvidos
Ainda que durante anos a TIU não tenha feito absolutamente nada, este esquema originou as suas primeiras vítimas em 2018, precisamente porque Coria e Kicker eram dois dos oito tenistas envolvidos. “Houve um cruzamento de dados e a TIU descobriu tudo. Foi aí que explodiu a bomba”, contou Trungelliti ao jornalista Sebastian Torok.
A atitude denunciadora do jogador de de 29 anos não foi muito bem vista pelos seus colegas infratores: foi chamado de ‘rato’, ‘chibo’ e tem recebido dezenas de ameaças, para si e para a sua família, que têm-no feito ter muito pouca vontade de regressar à Argentina depois de um par de anos a viver em Espanha.
Uma coisa é certa: com relação ou não, Kicker não teve direito a qualquer wild card para os torneios ATP argentinos (Córdoba e Buenos Aires) e é visto como uma espécie de persona non grata no ténis das Pampas…
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