Sinner abre o jogo sobre o caso de doping: “Foi bom para perceber quem é mesmo meu amigo”
Jannik Sinner ainda não se livrou do caso de doping mesmo depois de ter sido considerado inocente. O número 1 do mundo vê o seu futuro nas mãos do Tribunal Arbitral do Esporte, que está avaliando o recurso da Agência Mundial de Antidoping, mas abriu o coração sobre tudo o que se passou e o que passou na cabeça desde o primeiro segundo.
“Foi muito difícil porque normalmente estou controlado, mas foi muito fácil perder o controle naquele momento. Só que algumas semanas depois acordei e pensei ‘não fiz nada de errado, não sabia de nada’. Então estava acabado para mim. O que o juiz decidisse ou o que acontecesse no fim já não podia controlar”, começou por dizer à Sky Itália.
Sinner explicou quando tudo ficou mais complicado. “O momento mais difícil foi quando a notícia se tornou pública. Foi num momento muito delicado, antes de um Grand Slam. Queria treinar logo na quarta-feira, mas as notícias saíram na terça-feira. Era melhor não ir porque ia ter caos no clube. Fomos na quinta-feira ao fim do dia, mas havia muitas câmeras, foi muito duro. Olhei para os outros jogadores um pouco para perceber o que eles realmente pensavam e fiz muitas perguntas a mim mesmo”, analisou.
Leia também:
– Roddick e uma nova fase de Djokovic: “Ele não quer saber de Paris e não vai jogar em Turim”
– Andreescu torce para recuperação rápida de Bia Haddad: “Estive nessa posição muitas vezes”
– João Fonseca conta que Sinner o influenciou a não ir para o College: “Você é bom demais para isso”
O italiano seguiu numa longa resposta, detalhando o que tira de positivo da situação. “Foi difícil me preparar um Grand Slam assim. Mas acredito que nada acontece por acaso e talvez este caso tenha sido bom para perceber quem é mesmo meu amigo e quem não é. Há jogadores que pensava que não eram meus amigos e uma boa quantidade que achava que eram e afinal não eram. Não digo que tenha sido bom, mas me ajudou a perceber muitas coisas”, afirmou.
Por fim, Sinner lembrou o peso que tudo foi tendo na sua carreira mesmo quando não se sabia publicamente. “Quando ainda nada tinha acontecido, as pessoas que me conheciam me viam embaixo e diziam ‘mas você ganhou, por que está assim?#8217;. Eu dizia que estava tudo bem. Depois houve jogos em que na noite anterior não dormi como viram em Wimbledon contra Medvedev. Não dormi e na manhã a seguir me senti mal”, concluiu.