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Sharapova tem as provas que dão esperança à sua carreira
Há razões para ter esperança. Quem o afirma é John J Haggerty, o advogado de Maria Sharapova, que está a conduzir todo o processo pós-controlo positivo da antiga número um mundial. Numa longa entrevista ao jornal inglês “Telegraph”, Haggerty revela-se confiante de que a russa terá uma enorme atenuante na suspensão que lhe for eventualmente aplicada por ter provas médicas de que tomou meldonium – ou Mildronat, o nome da marca que comercializa a substância na Rússia, – por indicação médica.
“Primeiro do que tudo não há qualquer evidência de que a Maria tenha tomado a substância de forma intencional para melhorar o seu rendimento desportivo, pelo que faz com que, desde logo, a pena máxima sejam dois anos. E depois há outros fatores que podem fazer com que a suspensão seja reduzida para bem abaixo dos dois anos. Estou convicto disso”, confessou o advogado da russa em entrevista.
Haggerty garante que a russa toma meldonium desde 2006 devido a vários problemas de ordem médica. “O Mildronat (meldonium) ajuda para quem tem problemas de coração e a Maria passou a tomar porque teve indicações de que poderia ter algum problema cardíaco através de um electrocardiograma. Depois, ela também tinha alguns indicadores de diabetes e esse medicamento ajudava a controlá-los. O meldonium ajuda também a aumentar as defesas do sistema imunitário, que era outro dos problemas que ela tinha”.
O advogado da russa respondeu ainda ao inventor do medicamento, o letão Ivars Kalvins, que na terça-feira disse ser impossível que alguém tomasse aquele medicamento durante 10 anos consecutivos. “A Maria tomou durante 10 anos mas em períodos pontuais, quando o médio prescrevia. O medicamento deve ser tomado entre 4 a 6 semanas, duas ou três vezes por ano. Sempre que a Maria tomou a substância foi por indicação do médico e dizer que ela tomou meldonium todos os dias não é, simplesmente, verdade”.
Haggerty garante que com os documentos que tem a sua cliente terá uma forte atenuante à suspensão. “Os documentos serão entregues ao ITF e provam que o medicamento foi sempre tomado com indicação médica. A Maria sempre tomou a substância em quantidades muito inferiores às doses que têm sido ligadas à melhoria de performance desportiva”.
A equipa técnica de Maria Sharapova sabia de tudo o que a russa tomava, mas a número sete mundial não quer que nenhum deles assuma as suas responsabilidades. “Eles sempre souberam tudo. Mas aqui o erro foi não ler a lista de substâncias proibidas a partir de 2016. A Maria assume esse erro e não quer que a equipa técnica seja culpada pelos seus erros.”
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