‘Sharapova britânica’ bate Radwanska em mais de três horas e vence 2.º Óbidos Ladies Open
Quatro encontros em três sets, em cinco duelos disputados esta semana, foram uma carga demasiada para Urszula Radwanska. A grande estrela do 2.º Obidos Ladies Open não jogava tantos dias seguidos desde a sua última final em 2015 e hoje (segunda-feira) a polaca de 27 anos sofreu a sua primeira derrota na Bom Sucesso Tennis Academy, terminando fisicamente de rastos a final de singulares, na qual perdeu diante da britânica Katie Boulter.«Foi um encontro incrível para quem assistiu e, sinceramente, foi muito superior ao que é normal de um torneio de 25 mil dólares em prémios monetários. Muito obrigado pela vossa exibição. Foi uma honra». O discurso de Pedro Portugal, presidente-executivo do Guardian Bom Sucesso Resort, espelha exatamente o que se passou no campo durante 3h422 de muito bom ténis, de uma garra, de uma entrega a toda a prova, de parte a parte, que terminou com a vitória da inglesa de 21 anos pelos parciais de 4-6, 6-3 e 6-3.
Foi o 4.º título ITF de Katie Boulter, uma antiga top-10 de juniores que esteve um ano parada quando se tornou profissional, devido a doença, e agora quer recuperar o tempo perdido. O 2.º Obidos Ladies Open é o mais importante desses seus quatro troféus e ter vergado na final uma estrela como “Ula” Radwanska tornou o sucesso ainda mais saboroso, sobretudo depois da inglesa 196.ª do ranking mundial ter desistido de outra final semelhante, nesta mesma Bom «Foi uma semana muito especial para mim, de muitas maneiras, até porque é a minha superfície preferida (relva sintética). Claro que tinha na minha mente ela ter sido uma grande jogadora e ser capaz ainda de jogar um grande ténis. Adoro isto aqui, estou segura de que irei regressar», disse a “Sharapova britânica”, que não ficará para a terceira semana em Óbidos.
Urszula Radwanska, 513.ª do ranking, mas antiga 29.ª WTA, que tenta regressar ao melhor nível depois de três operações, a última das quais a um tornozelo, mostrou um ténis deslumbrante de variedade técnico-tática até liderar o primeiro set por 5-1. Depois, tal como na véspera, rebentou fisicamente e passou a jogar com a única arma que lhe restou – o coração.Várias vezes bateu com a raqueta nas coxas, foi assistida fora do court pela fisioterapeuta Joana Marques, partiu uma raqueta em frustração por sentir-se diminuída e chegou, num tom choroso, a gritar para as bancadas «não posso correr». Mas foi impressionante o espírito de sacrifício que manteve até ao fim, arrastando-se até à derrota final sem nunca baixar os braços, dignificando o seu passado de campeã de Wimbledon e de n.º1 mundial de sub-18.
«Parabéns à Katie, jogaste mesmo bem e mereceste. Eu estou mesmo cansada depois de vários encontros em três sets e hoje foi muito duro. Mas estou contente de ter estado na final. Tive uma longa paragem, de quase dois anos e senti muitas saudades do ténis. Estou muito satisfeita de ter regressado e agradeço o convite que me deram para poder jogar aqui o quadro principal. Obrigado Nuno (Mota, o diretor de torneio)», disse a menos famosa das irmãs Radwanska, no seu discurso na cerimónia de entrega de prémios.Antes deste emocionante confronto de singulares, tinha-se concluído a final de pares iniciada na véspera e mais duas inglesas foram coroadas, Sarah Beth Grey e Olivia Nicholls, que somaram o 8.º título conjunto ITF das suas carreiras e o segundo seguido, pois também se tinham imposto uma semana antes, no 1.º Obidos Ladies Open. Grey e Nicholls superaram a dupla 3.ª cabeça de série, constituída pela francesa Jessika Ponchet e pela ucraniana Ganna Pozikhirenko por 6-2 e 6-1.
Na cerimónia de entrega de prémios estiveram Margarida Reis e Nuno Henriques da Câmara Municipal de Óbidos, Pedro Portugal do Guardian Bom Sucesso Resort, Nuno Mota da Bom Sucesso Tennis Academy, e Marco Romão da ITF.