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Rafael Nadal pede mais qualidade nos testes anti-doping: «Isto é um desporto de ricos»
Há anos sem conta que o controlo anti-doping tem sido um assunto muito debatido no mundo do ténis. Uns queixam-se da forma como é feito, incluíndo visitas inesperadas às casas dos jogadores, enquanto outros reclamam a falta de transparência e dedicação por parte da entidade reguladora. Esta tarde, Rafael Nadal e Roger Federer abordaram o assunto em conferência de imprensa e desafiaram os responsáveis a aumentar e tornar públicos os controlos feitos ao longo da temporada.
“Eles estão a fazer o melhor mas penso que conseguimos fazer mais”. Foi assim que Roger Federer, número três da hierarquia mundial, descreveu o trabalho que a World Anti-Doping Agency (WADA) tem vindo a desenvolver no ténis. “Sempre que chegas aos quartos-de-final de um torneio, quando há mais pontos em jogo, há mais dinheiro, devia saber-se que se vai ser testado”, afirmou o suíço.
“É preciso que haja mais recursos, é muito importante. Os jogadores precisam de saber que vão ser testados para que se sintam intimidados por cada pensamento estúpido que eles possam vir a ter. Fico sempre supreendido quando saiu do court depois de uma final e penso “mas onde está o pessoal do anti-doping?“”, reiterou Federer.
Segundo dados da ITF, em 2014 foram realizados mais de 3500 testes ao sangue e à urina, tanto durante como fora da competição, com especial incidência no circuito masculino. Roger Federer foi um dos mais testados ao longo do ano mas, ainda assim, acha que não é suficiente e, por isso, revela ser totalmente a favor “se eles quiserem manter as amostras durante mais tempo. Não apenas durante semanas, ou meses, mas durante anos. É assim que se assusta as pessoas”.
Quem segue a mesma linha de pensamento do jogador de 34 anos é um dos seus maiores rivais, Rafael Nadal, a quem é muitas vezes apontado o dedo quanto ao consumo de substâncias ilícitas. Para combater os pensamentos errados, Nadal é claro: “os jogadores precisam de ter a certeza e estar confiantes com as pessoas que controlam o desporto. Não quero saber se temos de abdicar de algum prize money, por mim tudo bem”.
“Sem querer ser arrogante, isto é um desporto de ricos, é muito saudável, e por isso as pessoas que controlam o ténis precisam de se assegurar de que é um desporto limpo”, disparou Nadal.
A terminar, o maiorquino deixou ainda um último desejo ao dizer que “seria ótimo se um dia os testes anti-doping fossem 100% públicos”. Quem também partilha esta opinião é Andy Murray, que apela não à quantidade mas sim à qualidade dos testes: “os prize money hoje em dia são tão altos, não há razão para não termos um processo o mais perfeito possível”.
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