Osaka vs. Serena: um dos encontros femininos mais importantes dos últimos anos
Quem me conhece — e acompanha o que escrevo aqui ou no meu Twitter— sabe adoro ténis feminino, pelo que a jornada de meias-finais femininas de cada torneio de Grand Slam é sempre um dos meus dias preferidos de cada semana. Nesta edição do Australian Open… ainda mais. Esta quinta-feira, às 3 horas da manhã de Portugal Continental, Naomi Osaka e Serena Williams defrontam-se na primeira meia-final e naquele que, para mim, é um dos encontros femininos mais importantes (e relevantes mediaticamente) dos últimos anos. Passo a sustentar essa minha opinião:
— EM GRANDE FORMA. Não é errado afirmar que Serena Williams e Naomi Osaka são as duas jogadoras em melhor forma da atualidade. Já o tinham deixado a entender na semana antes do Australian Open — ambas desistiram antes das respetivas meias-finais dos seus torneios para se pouparem para o Grand Slam — e confirmaram-no durante estes últimos 10 dias, avançando com qualidade na fortíssima parte inferior do quadro. Osaka eliminou Garbiñe Muguruza (também em grande forma) após salvar dois match points, ao passo que Williams derrotou duas top 10 de forma consecutiva (Aryna Sabalenka e Simona Halep) pela primeira vez desde março de 2016 (Indian Wells) e está à procura de somar três triunfos seguidos diante de tenistas desta categoria 6 anos e meio depois — a última vez foi nas WTA Finals de 2014, em Singapura.
— RIVALIDADE E US OPEN 2018. A grande virtude do ténis feminino tem sido nos últimos anos a proliferação de campeãs de Grand Slam e tenistas capazes de jogar bem o suficiente para disputar finais, mas essa caraterística acaba por vir associada a outra que tem servido de crítica ao circuito WTA: a ausência de campeãs consistentes e de rivalidades sólidas. Justine Henin, entrevistada por mim há umas semanas, queixava-se precisamente disso. Naomi Osaka e Serena Williams jogaram apenas três vezes (2-1 para Osaka), mas são possivelmente a rivalidade mais intrigante de todo o circuito WTA. A menina de 23 anos que sempre idolatrou o seu ídolo, de 39, cresceu a vê-la ganhar, mas venceu os dois primeiros duelos entre ambas sem lhe dar qualquer hipótese. O segundo e mais importante foi a famigerada final do US Open de 2018, arbitrada por Carlos Ramos. Todos sabemos… como acabou.
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— ÚLTIMA CHANCE PARA SERENA? Tirar Serena de cena na luta pelos Majors é tão ridículo como fazê-lo com Federer, no entanto parece-me claro que estamos perante uma das suas últimas chances reais de lutar pelo 24.º título que iguala Margaret Court. A norte-americana está na melhor forma física desde que foi mãe, em 2017, e a vencedora desta meia-final partirá como clara favorita para a final, tendo em conta que na parte de cima do quadro estão Jennifer Brady e Karolina Muchova.
— AS MAIS RICAS DO MUNDO. É evidente que este é o aspeto menos relevante da rivalidade, mas não deixa de ser importante. Naomi Osaka destronou Serena Williams (que tinha destronado Maria Sharapova) como a desportista feminina mais rica do Mundo para a Forbes, que colocou as duas jogadoras de ténis no top 2 daquelas que mais faturam, à frente das estrelas de todas as outras modalidade. Às 3 da manhã, as dezenas de marcas que as patrocinam e investem milhões nas duas estão de olhos postos no encontro!