Nadal explica aposentadoria: "Se pudesse continuava jogando, mas é impossível"

Nadal explica aposentadoria: “Se pudesse continuava jogando, mas é impossível”

Por Pedro Gonçalo Pinto - novembro 18, 2024

Se não dá para ganhar tudo, então não vale a pena. No fundo, este é o resumo do porquê de Rafael Nadal colocar um ponto final na carreira nesta semana, na Davis Cup Finals. O espanhol falou em coletiva de imprensa e não deixou nada por dizer antes do embate com a Holanda nesta terça-feira (19).

TRABALHO SÉRIO

Os fins de filme são para Hollywood. Temos de nos focar e competir e fazer o melhor para a equipe. Tentei trabalhar o melhor possível durante o último mês e meio para chegar aqui em boas condições e acho que melhorei muito. É difícil saber o nível real quando você não joga, mas se jogar algum jogo vou fazê-lo com o entusiasmo e determinação máximos. Significa muito poder despedir-me na Espanha e em quadra. Não posso prever como vou me sentir se competir, mas tenho que deixar as emoções de lado. É o capitão que decide, aqui o importante é a equipe e que estejamos à disposição para lutar pelo troféu.

Leia também:

Veja como fica o top 10 do ranking da ATP para fechar a temporada de 2024
Sinner alcança feito alcançado apenas por Federer e Djokovic
Temporada de Sinner para a história: algo semelhante não se via desde Murray em 2016

O QUE APRENDEU COM A CARREIRA

Não sou o tipo de pessoa que diz que não mudaria nada, porque acho isso arrogante. Claro que tomaria decisões deferentes se voltasse atrás, mas sinto-me em paz comigo mesmo porque dei tudo o que tinha. O mais importante é que aprendi a aceitar os desafios, a trabalhar a cada dia para ser melhor e desfrutar do processo. Vou sentir falta do dia a dia necessário para competir, mas também da adrenalina que se tem em quadra e o ambiente que os fãs criam.

POR QUE ACABAR A CARREIRA AGORA?

O que me faz deixar o tênis agora é que já não posso ser suficientemente competitivo. Podia jogar mais um ano para me despedir dos torneios mais importantes da minha carreira, mas não faz sentido para mim continuar ativo que sei que o meu corpo não me deixa lutar pelos objetivos competitivos que me motivam. Não estou queimado pelo tênis, se pudesse continuaria jogando, mas é impossível treinar com a continuidade necessária para competir em um nível que compense os esforços do dia a dia.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt