Murray arrasador: «As coisas vão mudar quando as mulheres tiverem mais oportunidades»

Murray arrasador: «As coisas vão mudar quando as mulheres tiverem mais oportunidades»

Por Tiago Ferraz - março 10, 2020
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O tenista britânico Andy Murray escreveu uma carta ao Comité Olímpico Internacional (doravante designado como COI) onde explica a necessidade que sente de que os homens e as mulheres tenham direitos iguais.

«A reação que vi nas pessoas depois de ter anunciado a Amelie Mauresmo como minha treinadora, inclusivé de pessoas próximas a mim, fez com que eu percebesse que temos um problema. A razão pela qual estavam a questionar a minha escolha era unicamente devido ao género dela; Não me perguntavam pelas suas qualidades, por tudo o que tinha conquistado na sua carreira», disse citado pelo Punto de Break.

O tenista britânico, antigo número um mundial, falou ainda da sua relação com Mauresmo:

«A minha etapa com a Mauresmo correu bem, cheguei a uma final de um torneio do Grand Slam, mas as pessoas diziam que era um fracasso porque não cheguei a vencer nenhum título do Grand Slam. As pessoas culpavam-na por isso, algo que nunca fizeram com os meus anteriores treinadores. Antes, quando perdia encontros, era eu que recebia as críticas. Com a Amelie, após ter perdido um encontro, as perguntas eram sempre com o intuito de analisar e comprometer a nossa relação. Nunca mais passei por momentos assim na minha carreira», disse.

Na carta ao COI Andy Murray falou ainda da experiência que teve em 2019 quando jogou pares mistos, em Wimbledon, com a norte-americana Serena Williams:

«No ano passado, quando joguei pares mistos com a Serena Williams em Wimbledon foi um bom exemplo de como o formato atrai um público ligeiramente diferenciado do habitual. Normalmente quando perco ou ganho em Wimbledon as pessoas chegam e dizem “bom trabalho” ou “foi azar”, mas com a Serena muita gente me disse: “Foi maravilhoso ver-vos a jogar juntos, foi brilhante”. As pessoas gostam de ver isso, penso que deveríamos proporcioná-lo mais vezes», salientou.

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.