Mundial veteranos: Portugal assegura 2.º lugar em quatro grupos

Mundial veteranos: Portugal assegura 2.º lugar em quatro grupos

Por Bola Amarela - agosto 7, 2019
deolinda

Quatro das seis seleções nacionais que estão a disputar o ITF Seniors World Team Championships – o Campeonato do Mundo de Veteranos por Equipas da Federação Internacional de Ténis – terminaram hoje (terça-feira) a fase de grupos no 2.º lugar.

 

Um registo positivo que demonstra que nos escalões etários de mais de 50, 55 e 60 anos Portugal é competitivo e os nossos atletas, não sendo dos melhores, também não são dos piores, num Mundial que apresenta 130 equipas de 32 países.

 

Esta constatação é importante porque, como disse Vasco Costa, o presidente da Federação Portuguesa de Ténis, «a FPT não tinha o costume de organizar seleções nacionais e enviá-las aos Mundiais. Às vezes, alguns jogadores reuniam esforços e pediam-nos autorização para representar o país».

 

Este Mundial por equipas, a decorrer em Lisboa, Oeiras e Cascais, que termina no próximo dia 9, permite à FPT e aos jogadores perceberem exatamente em que nível estão em comparação com a “concorrência”. Em contrapartida, o Mundial individual, que se joga na semana seguinte, até ao próximo dia 17, já tem, tido tradicionalmente alguma representação nacional.

 

Hoje houve quatro seleções nacionais em competição e duas descansaram. Depois de ontem (segunda-feira) ter-se verificado uma “barrigada” de cinco vitórias de Portugal, hoje só registámos derrotas (mas com dois encontros ganhos em 12 disputados), mas houve um embate que irá ficar atravessado na garganta dos nossos jogadores.

 

Referimo-nos ao conjunto masculino de mais de 60 anos que perdeu com a Suécia por 2-1, mas em que teve tudo para ganhar. O capitão de Portugal, Vítor Pereira, começou da melhor maneira, derrotando Jan Rydegran por 7-5 e 6-1. Depois, José Alberto Pereira (vice-campeão nacional em 2018) perdeu naturalmente com o 25.º do ranking mundial, Mats Ljungman (que no ano passado chegou a ser top-10) por 6-2 e 6-0.

 

Foi preciso decidir tudo nos pares e Vítor Pereira (campeão nacional em 2018) colocou-se de novo ao lado de Manuel de Sousa, o famoso “Manecas”, antigo jogador de Taça Davis, mas os portugueses perderam por 6-4, 6-7 (5/7) e 7-5 frente a Ulf Pettersson e Johan Sturen. Um encontro de quase três horas em que Vítor e Manecas chegaram a liderar o primeiro set por 4/3 e break à maior e a comandar o terceiro set por 4-0 e 40/14 com serviço a favor!

 

«Tivemos todas as hipóteses de ganhar… se me perguntares o que aconteceu aos 4-0, 40/15 no terceiro set… não percebi bem e quando dei por mim estava 4-4», disse “Manecas”. «É uma jornada que nunca iremos esquecer, porque tivemos o pássaro na mão e deixámo-lo fugir ao fim destas horas todas, mas o ténis é isto mesmo e em vez de estarmos agora a lutar pelo 8.º lugar vamos jogar pelo 17.º», acrescentou Vítor Pereira.

 

Nesta Von Cramm Cup (M +60), a Espanha ganhou o Grupo-G, seguido da Suécia, Portugal e Dinamarca. Portugal irá jogar amanhã (quarta-feira) com a Índia, às 8h30, no Jamor, no início da segunda fase do Mundial em que Portugal lutará pelas posições entre a 17.ª e a 24.ª.

 

Houve outra equipa portuguesa a vencer hoje um encontro, a feminina de +50, que perdeu por 2-1 com a Argentina no Clube de Ténis do Estoril. Tudo começou bem com Deolinda Duarte a superar Sandra Berretti por 6-4 e 6-4, mas depois, Isabel Pinto soçobrou frente à 86.ª do ranking mundial, Gloria Fiorito, por 6-2 e 7-6 (7/2). Nos pares a campeã argentina alterou os seus planos originais e colocou em campo as mesmas jogadoras dos singulares que bateram as portuguesas Deolinda Duarte e Paula Falcão por 6-4 e 6-1.

 

No Grupo F da Maria Esther Bueno Cup (F +50) venceu a Itália, seguida de Uruguai, Argentina e Portugal (no 4.º e último lugar). Amanhã, logo às 9h30, no Jamor, Portugal defronta a Irlanda no início de uma segunda fase da prova em que irá terminar numa posição entre a 13.ª e a 20.ª.

 

As restantes duas equipas nacionais que atuaram hoje tinham pela frente candidatos ao título e perderam naturalmente por 3-0: nos masculinos mais de 50 anos frente à França, a 1.ª cabeça de série do Grupo-A e 1.ª cabeça de série do torneio; e nos femininos mais de 60 anos frente à Austrália, a campeã do Mundo, que defende o título.

 

No CIF, no Restelo, o francês Stéphane Grolier, o 22.º do ranking mundial, vergou o campeão nacional de 2017, Pedro Martins, por 6-2 e 6-1; Jacques Moers deu conta do capitão Nuno Delfino por 6-1 e 6-1; Bruno Breistroff e Pierre Devedeux impuseram-se a Nuno Mota e Vasco Graça por 6-3 e 6-1.

 

«Ele tem mais nível do que eu, sem dúvida, eu tentei fazer o meu jogo mas ele não deixou, aguentou, trabalhou bem o ponto. Fiquei triste pela derrota, mas há que reconhecer que o adversário tem mais-valias», disse Pedro Martins. «O resultado espelha um pouco o que se passou em campo – admitiu o capitão Nuno Delfino – porque há uma diferença de intensidade de jogo e tem de dar-se o mérito e os parabéns ao adversário». 

Neste Grupo-A da Fred Perry Cup a França foi 1.ª, seguida de Portugal e Noruega. Portugal joga agora amanhã com a Suíça e irá ficar entre o 9.º e o 16.º lugar.

 

No deslumbrante court central do Estádio Nacional, a australiana Fiona Walker, 7.ª do ranking mundial, sentiu no início algumas dificuldades com a boa direita pesada e spinada de Conceição Novo, mas venceu por 6-3 e 6-0. Depois, foi um regalo ver a precisão, o comprimento de bola e o ressalto baixo dos slices de esquerda e de direita da australiana Ros Balodis, que vergou Isabel Cunha de Eça, a campeã nacional de 2017, por 6-0 e 6-0. Note-se que Balodis é uma antiga n.º1 mundial, a atual n.º5, integrou a equipa campeã do Mundo em 2018 e é uma das grandes figuras da prova, mesmo vindo de uma fase em que esteve lesionada.

 

«Sabíamos que seria extremamente difícil, mas é fantástico termos esta sorte de jogarmos contra as melhores e de perceber porque é que o são. É outra galáxia, um nível ao qual não estamos habituadas», maravilhou-se, com desportivismo, a capitã Isabel Cunha de Eça.

 

A Austrália venceu naturalmente o Grupo C da Alice Marble Cup sem perder qualquer encontro, seguindo-se Portugal e a Nova Zelândia. Na segunda fase, Portugal defronta a Holanda às 9h30, no Estádio Nacional, e irá terminar entre o 6.º e o 10.º lugar.

 

No que se refere às duas seleções nacionais que hoje não jogaram as suas situações são as seguintes:

 

No Grupo-E da Austria Cup (masculinos +55) Portugal foi 2.º, atrás dos Estados Unidos e à frente da Irlanda. A partir de amanhã irá lutar no Jamor pelas posições do 8.º ao 14.º lugar, começando por defrontar a Grã-Bretanha às 13h00.

 

No Grupo-D da Maureen Connolly Cup (Femininos +55) confirmou-se o triunfo da Austrália, seguida de Portugal e a Nova Zelândia. Como Portugal ficou isento da primeira ronda da segunda fase, não irá jogar amanhã e só voltará a competir na quinta-feira, buscando uma lugar entre o 7.º e o 10.º.

 

Entretanto, na luta pelos títulos de campeões do Mundo, agora que se parte para a segunda fase, continuam nas provas principais todas as formações cabeças de série n.º1, a saber: Estados Unidos (em Femininos +50 e +60, Masculinos +60), França (Masculinos +50), Alemanha (Masculinos +55) e Espanha (Masculinos +55).