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Mundial de Padel. Quando uma pesada derrota sabe a uma doce vitória
Portugal perdeu contra Espanha por 3-0. Diogo Rocha e Miguel Oliveira foram derrotados diante Juan Martín Díaz e Paquito Navarro. No final, a dupla portuguesa era toda ela sorrisos e orgulho. “Não é todos os dias que jogamos contra os melhores do mundo”, desabafava Diogo Rocha. “São duas lendas do padel, dois ídolos”, acrescentava o parceiro Oliveira.
Concluído o encontro, ambos ouviram em uníssono e em espanhol um “gratificante”, como confessou Oliveira, “bem jogado”, um elogio repetido pelo antigo número um mundial à saída do “court” aos dois portugueses quando ambos falavam com o Bola Amarela. E isso é quase tão bom, frisa Miguel Oliveira, como um resultado positivo. E a explicação é simples: Espanha, tal como Argentina, levam décadas de avanço na modalidade em relação a Portugal e até há tão somente três anos os portugueses olhavam para Juan Martín Díaz (9º no ranking mundial) e Paquito Navarro (3º na hierarquia), entre outros, como o argentino Belasteguin (número um mundial), como ídolos, a quem sonhavam um dia ganhar um simples ponto.
Hoje, e volvidos três anos, não só ganham pontos como conquistam jogos. “Entrámos com objetivo de dar o nosso melhor e aproveitar o momento, afinal não é todos os dias que jogamos contra os melhores do mundo. Queríamos divertir-nos, fazer o nosso melhor, fazer o máximo de jogos possível e se desse para ganhar um set seria óptimo”, contou o jogador natural do norte e número um nacional. “A nossa principal função era representar bem o nosso país, que as pessoas vissem que estamos a trabalhar e evoluir. Tentamos dar o nosso melhor mas o nosso objetivo principal era divertir-nos. Acho que nunca na vida a jogar padel de competição sorri e me diverti tanto. E perdemos o jogo”, complementou Oliveira, definindo os dois espanhóis como “dois génios do padel, dos melhores nas suas posições que, mesmo nunca tendo jogado juntos antes, estão num nível tão superior, que nem isso, faria com que o jogo fosse mais equilibrado”.
Ainda assim, ambos concordam terem feito, no geral, uma boa exibição. “Não estou habituado àquela intensidade de jogo, por isso cometi mais erros do que o habitual”, admitiu Rocha, sendo prontamente corrigido pelo parceiro. “O Diogo não cometeu muito erros, simplesmente o mérito é deles. Nós estamos a jogar no máximo das nossas capacidades e concentração e queremos tanto jogar bem e aguentar o ritmo que, por vezes, falhamos algumas bolas aparentemente fáceis, mas que na realidade são muito difíceis. O Paquito é o número três do mundo e o Juan Martín é o número nove mundial e a diferença é abismal”, justifica.
E a realidade não só histórica como em termos estatísticos, tendo como base o ranking mundial, dá total razão a Miguel Oliveira. Ser número 70 do mundo, como é Diogo Rocha, e 87º classificado, posição ocupada por Oliveira, dentro de um court em alta competição faz notória diferença frente a jogadores do top-10 mundial, em que à experiência, trabalho e talento aliam um sentido posicional excecional, um conhecimento profundo da modalidade e ainda disponibilidade para o espectáculo.
O resultado, esse, diante o antigo número um do mundo e o “futuro líder” do padel mundial, ficou 6-4 e 6-2. E foi, o Bola Amarela comprova, uma bela exibição!
[Foto: Record]
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