Muguruza: «Odiamo-nos todas. E as que dizem o contrário mentem»
Com as costas quentes pelo seu ténis possante e figura imponente que enverga, Garbiñe Muguruza é uma das jogadoras mais destemidas da atualidade e, fiel a si própria, não perde a audácia e o arrojo quando transpõe as linhas do court. Numa longa entrevista ao El País, a espanhola confirmou o que já todos sabíamos: mais dona do seu nariz não podia ser.
Consciente de que não precisa nem tem “interesse em ser sexy para ser a melhor jogadora do mundo”, Muguruza ascendeu em 2015 pela primeira vez ao top 3 do ranking mundial, ainda que nem tudo tenham sido rosas na época passada. “O ano teve muitos bons momentos mas os maus momentos foram muito maus. Wimbledon foi um dos muito bons”, admitiu a finalista do Grand Slam inglês.
“Acordamos de manhã a dizer: ‘trabalhei uma vida toda para este momento, ainda mais contra uma jogadora que admirei desde sempre, a Serena Williams’. Quantas pessoas podem dizer o mesmo?#8221; Poucas, é certo. Tal como são poucas as que têm coragem de falar tão descomprometidamente do circuito feminino como a jogadora de 22 anos o faz.
“É muito difícil fazermos amizades com outras jogadoras, porque no dia seguinte estamos a competir com elas. Com os jogadores é diferente, mas as raparigas… odiamo-nos umas às outras. Literalmente. E as que dizem o contrário mentem”, sublinhou a espanhola, que lamenta não ter “alguém com quem bisbilhotar: ‘viste como é que aquela ia vestida'”.
À minha maneira
Muguruza não gosta de comparações mas não resiste em falar de duas das maiores tenistas espanholas de sempre. “Não tenho conseguido igualar o que Arantxa [Sánchez] e Conchita [Martínez] fizeram, porque é muito difícil, mas penso que estamos a equilibrar isso. Não gosto de me comparar com elas, gosto muito de ser a Garbiñe”, rematou.
Por ter beneficiado de bye, a número três mundial faz apenas esta quarta-feira a sua estreia no torneio de Brisbane, Austrália, e, consequentemente, na nova temporada. Defronta a norte-americana Varvara Lepchenko.