Moya ambicioso: «Nadal vencer os quatro Grand Slams é um objetivo realista»

Moya ambicioso: «Nadal vencer os quatro Grand Slams é um objetivo realista»

Por Pedro Gonçalo Pinto - junho 22, 2022
Foto: Getty Images

Rafael Nadal chega a Wimbledon pela primeira vez na carreira com a hipótese de continuar a sonhar com o Grand Slam de calendário, ou seja, vencer todos os Majors na mesma temporada. Trata-se de algo que só Rod Laver alcançou na história. Carlos Moya, treinador do espanhol, acredita que se pode falar sobre esse objetivo, como referiu numa extensa entrevista ao Eurosport.

TÍTULO EM ROLAND GARROS

Digo sempre o mesmo: é o Rafa Nadal. Apesar das adversidades, encontra sempre maneira de superar tudo e seguir em frente. Desta vez tivemos uma situação limite, mas em nenhum momento tive a sensação de que podia estar a jogar o seu último encontro em Roland Garros. Mas nunca se sabe o que pode acontecer num ano. Tem 36 anso e até ao próximo Roland Garros muita coisa se pode passar.

SITUAÇÃO LIMITE EM PARIS

Depois de ganhar a Moutet na segunda ronda, acabou o encontro e não conseguia andar. No dia seguinte tínhamos court para treinar às 12 horas, mas fomos atrasando até que acabámos a treinar 20 minutos às 18 horas. Rafa não gosta disso, gosta de treinar pelo menos uma hora no dia de descanso nos Grand Slams. Na terceira ronda, contra Van de Zandschulp, não sabíamos se o pé ia aguentar, mas o seu nível é que nunca preocupou. Rafa usa sempre os primeiros dois ou três encontros para ganhar confiança, mas o pé preocupava-me.

 

SENSAÇÕES EM RELVA

Tivemos uma semana de treino bastante boa em Maiorca, embora a relva seja um pouco diferente da de Londres, talvez por isso esteja a custar adaptar-se à relva de Inglaterra. O mais importante é que passe tempo em court e que o pé esteja bem. Pouco a pouco vai ter ritmo. Esperemos que o sorteio ajude, sobretudo nos primeiros encontros.

MOTIVADO EM WIMBLEDON

Rafa quer jogar sempre bem, seja onde for. A motivação está acima de qualquer torneio. É evidente que Wimbledon é um torneio fetiche para ele. Já o ganhou duas vezes e fez cinco finais seguidas. Nas duas últimas vezes chegou às meias-finais, adapta-se perfeitamente à relva. Sei que pode jogar muito bem, para mim luta pelo título.

GRAND SLAM DE CALENDÁRIO

É um objetivo realista. É o único que pode conseguir isso este ano e a primeira vez na carreira que tem hipóteses de o conseguir, mas ainda o vemos como algo que está longe, está a meio do caminho. Neste momento não afastamos esse sonho. Como equipa há poucas coisas que nos fazem deixar de sonhar e esta não é uma delas. Há que ir pouco a pouco, não é algo de que falemos ou um objetivo primordial, mas não o rejeitamos.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt