Mouratoglou defende o coaching e critica: «Ténis tem que ser moderno mas os tradicionalistas são muito poderosos»
É inevitavelmente a polémica do ano: o caso entre Serena Williams e Carlos Ramos na final do Open dos Estados. A norte-americana acusou o árbitro português de sexismo por ter aplicado corretamente as regras já que, a antiga número um mundial estava a receber indicações do seu treinador Patrick Mouratoglou, como o próprio chegou a admitir.
O francês, numa coluna escrita ao Tennis Head, voltou a recordar o assunto. “Houve uma consequência positiva em relação ao que aconteceu com a Serena no US Open: as pessoas estão novamente a discutir o tema do coaching. É um tema que esteve na agenda de todos os órgãos do desporto desde há cinco anos. Nunca entendi porque é que o ténis é o único desporto no qual não é permitido o coaching durante os jogos”, criticou o técnico e comentador.
Mouratoglou prosseguiu com os seus argumentos. “As pessoas que estão contra o coaching no court dizem que o ténis deve ser um desporto de um contra um e os jogadores é que devem decidir como vencer. Mas, qual a razão do ténis ser diferente de todos os outros desportos? A essência de cada desporto individual é encontrar formas de vencer o adversário e em outras modalidades podes fazê-lo com a ajuda do teu treinador”, referiu, citando Rafa Nadal.
“Como o Nadal diz, quando viajas todo o ano com o teu treinador, não faz sentido que não o possas usas nos momentos mais importantes. As televisões adoram mostrar essa interação entre jogadores e treinadores. Se o coaching acontece de qualquer forma, não seria melhor autorizar? O ténis tem de ser mais moderno mas é difícil porque os tradicionalistas são muito poderosos”, disparou Mouratoglou.