Monfils sem confiança em Melbourne: "Se ganhar a primeira rodada já será bastante"

Monfils sem confiança em Melbourne: “Se ganhar a primeira rodada já será bastante”

Por Nuno Chaves - janeiro 14, 2024

Aos 37 anos, Gael Monfils continua a competir, mas têm sido várias as vezes em que tem reforçado que a modalidade já não é uma prioridade desde o nascimento de sua filha. Ainda assim, o francês continua a desfrutar da modalidade, mas, para este Australian Open, as sensações não são as melhores e a expectativa em fazer um bom torneio… também não.

Em entrevista ao L’Equipe, Monfils foi muito honesto na abordagem que está a fazer ao primeiro Grand Slam da temporada.

EXPETATIVAS PARA MELBOURNE

Tive alguns problemas físicos na semana passada em Auckland, quando torci o tornozelo, mas recuperei bastante depressa. À medida que envelheço, demoro mais a recuperar e muitas partes do meu corpo doem um pouco mais. Estou tentando recuperar da melhor forma possível. Quanto ao tênis, tive um bom encontro, mas ainda não me sinto bem. Não tenho muita confiança. Nos treinos, sinto que ainda me custa um pouco, e procuro melhores sensações. Para ser sincero, não bato na bola como queria. Vou tentar ganhar a primeira rodada, já seria bastante.

OBJETIVOS PARA A TEMPORADA

Tenho os meus objetivos. O primeiro será tentar qualificar-me para os Jogos Olímpicos. A curto prazo, dado que não me sinto como quero, é tentar concentrar-me realmente encontro a encontro, ter boas sensações, sentir-me melhor para render o melhor possível. Falta confiança. Treino bem, mas não jogo como quero. Trabalhamos para isso, e para isso estão os torneios. Ganhar um encontro, ainda que jogues mal, ajuda, dá-te um pouco mais de confiança, e no final não te sentes tão mal.

TÊNIS NÃO É PRIORIDADE

Quis deixar o tênis durante anos, desde a Covid, e estive no top 10! Adoro este esporte, mas não é a minha vida, e as pessoas esquecem-se disso. A minha vida é ser pai. O tênis dá-me outro tipo de vida. O que o tênis me proporciona é incrível, descubro coisas impressionantes, mas isso não é tudo. Adoro muitas coisas do tênis, mas há muitas outras que, à medida que envelheço, já não quero fazer. Para ser completamente sincero, o que importa agora é a educação da minha filha. Estou contente, é bom que viajemos juntos, mas também gosto quando a minha filha está em casa. Preferia passar mais tempo com ela. Essa é uma das coisas que me fazem amar este momento e capítulo da minha vida, mas quando se encerrar, não serei infeliz. Enquanto conseguir jogar e desfrutar destes momentos, vou tentar.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.