Meldonium pode demorar meses a desaparecer do organismo
O meldonium, substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (AMA) que foi acusada por Maria Sharapova durante o Australian Open, pode demorar “vários meses” a ser eliminada do organismo, informou hoje o fabricante do fármaco, a empresa da Letónia Grindeks.
“O período de semivida de eliminação do meldonium do organismo é de apenas quatro a seis horas, mas o prazo para a completa eliminação é significativamente maior (…) e pode prolongar-se por vários meses”, assinalou a empresa.
A companhia farmacêutica salienta ainda que a dose, a duração do consumo, a fisiologia específica do indivíduo, a sensibilidade dos métodos e tipo de amostra (sangue e urina) têm influência na deteção da substância.
Vários desportistas russos reconheceram já terem sido controlados positivamente por meldonium, com destaque natural para Maria Sharapova, a mais mediática de todas.
O ministro dos Desportos russo, Vitali Moutko, assegurou que o escândalo de meldonium não terá influência na preparação dos atletas do país para os Jogos Olímpicos Rio2016, em agosto.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou as autoridades desportivas do seu país por terem reagido tarde à inclusão do meldonium na lista de substâncias dopantes e acusou-as de terem inventado “conspirações” para justificar o seu falhanço.
O meldonium (ou mildronate) é um fármaco, proibido na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, recomendado para combater a insuficiência cardiovascular e permite que o coração suporte grandes cargas de trabalho físico ou intelectual.
No entanto, a AMA decidiu proibi-lo a 1 de janeiro deste ano, após receber dados alarmantes que confirmavam o seu uso recorrente por parte de desportistas profissionais nos países resultantes do desmembramento da União Soviética.