Kyrgios abre o coração em entrevista arrepiante: "Me cortava só por diversão"

Kyrgios abre o coração em entrevista arrepiante: “Me cortava só por diversão”

Por Nuno Chaves - dezembro 1, 2023
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Nick Kyrgios, uma das figuras mais midiáticas do circuito mundial, abriu o coração numa entrevista arrepiante a Piers Morgan, onde falou dos tempos mais complicados que viveu. O australiano, que ainda não confirmou se vai estar recuperado para competir no Australian Open, deu uma versão impressionante do que viveu e admitiu que a ajuda de Andy Murray foi determinante para superar uma fase tão difícil da sua vida.

TEMPOS DIFÍCEIS E DE EXCESSOS

Foi uma época bastante obscura, sinceramente. Ganhei torneios no circuito profissional bebendo em cada noite, me magoava, queimava coisas no meu braço, me cortava só por diversão. Me machucar tornou-se um vício. Odiava ser eu mesmo. Odiava me levantar e ser Nick Kyrgios.

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AJUDA DETERMINANTE DE MURRAY

Andy me apoiou muitíssimo. Assim que cheguei ao circuito viu que havia muito talento para ser polido e muito trabalho para fazer, por isso, imediatamente me protegeu. Pouco depois, em um ponto da minha carreira, deu conta de que eu não era um jogador ‘treinável’ e que estava criando o meu próprio caminho, mas continuou sendo sempre alguém que estava ali para o que fosse preciso. Ele viu as minhas marcas e me perguntou: ‘O que você tem  no braço?’. Naquele momento estava bastante mal. O Andy tentava me dar conselhos e ajudar, mas eu estava tão fechado em mim mesmo que naquele momento não ouvia nada. Atualmente, estou muito agradecido, agradeço muito o que ele fez.

INSPIRAÇÃO PARA AJUDAR PESSOAS NA MESMA SITUAÇÃO

Sinto que depois de me abrir e contar tudo isto fui capaz de ajudar muita gente. Sinto que fui um apoio para muita gente que estava mal. Quando se sentem perdidos, perto das drogas e do álcool, se abrem, e sentem que me posso identificar com eles. Isso foi o mais poderoso que aconteceu na minha carreira: as pessoas me procurarem com problemas reais. Me mandaram fotos no Instagram, mensagens diretas em que dizem que se querem suicidar. Tive conversas com estas pessoas, por vezes, chamadas. Noto que isso marca a diferença e me faz ficar orgulhoso.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.