Kostyuk arrasa tenistas russos e pede medidas drásticas: «É revoltante, só se preocupam com o dinheiro»
Marta Kostyuk, jovem ucraniana de apenas 19 anos, deixou uma das mensagens mais fortes impactantes no mundo do ténis, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
A número 54 mundial, que se qualificou para a segunda ronda de Indian Wells, não teve meias palavras e foi para cima dos atletas russos do circuito mundial. “É muito decepcionante ver o que acontece no circuito. Nenhuma tenista russa me foi ver, ninguém disse que não apoia esta causa nem vieram pedir desculpa a mim ou a outras tenistas ucranianas pelo que o seu país nos está a fazer. É muito impactante porque todos sabemos o que está acontecer”, começou por dizer.
“Não tenho explicação para este comportamento dos russos. Revolta-me chegar ao clube e vê-los ali, só se preocupam por não conseguirem fazer transferências de dinheiro e o mais indignante é que falam disso. É inaceitável e não estou nada de acordo por continuarem a deixá-los competir”, disparou, sem qualquer tipo de receios.
Kostyuk foi ainda mais longe e criticou duramente todos os russos que dizem ‘Não à guerra’. “Não gosto porque não é segredo nenhum o que acontece. Todos sabemos quem invadiu quem, quem está a bombardear quem, não podes ser neutral. Dizer não à guerra é como dizer para os ucranianos se renderem, não tem fundamento nenhum. Eu sei que o meu país não quer ir na direção da Rússia nem do que era a União Soviética. A Ucrânia nunca se irá render, talvez possamos perder momentaneamente, mas nunca nos vamos render. Dizer ‘Não à guerra’, para mim, tem um significado de rendição do meu país porque todos sabemos o quão louco está Putin e que ele nunca vai parar. Os ucranianos lutam, por isso, chateia-me muito esse tipo de mensagens dos russos”.
Kostyuk revelou que a sua família está na Ucrânia e que vive diariamente com medo de que possa acontecer alguma coisa as seus. “Todas as manhãs ligo à minha família para saber se estão vivos e leio todas as notícias. Levo dias de emoções muito difíceis de controlar. Nos primeiros dias da guerra, todos os meus entes queridos estavam na mesma casa. Se tivesse acontecido alguma coisa, perdia todos de uma só vez, nem quero pensar. Passei dias em que acordava e só pensava se continuaria a ver as pessoas que amo. Com o decorrer do tempo vais habituando-te a este estado de tensão mas é inexplicável o que todas as ucranianas no circuito sentem. Ficas louca se não tentares desligar um pouco”, concluiu, em declarações recolhidas pelo L’Equipe.