Keys: "Houve momentos em que senti que, se não ganhasse um Slam, iria decepcionar as pessoas"

Keys: “Houve momentos em que senti que, se não ganhasse um Slam, iria decepcionar as pessoas”

Por José Morgado - janeiro 25, 2025
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Madison Keys, campeã do Australian Open 2025, compareceu neste sábado à sala de coletivas de imprensa e abriu o coração aos jornalistas sobre o momento que está vivendo. A norte-americana, que completará 30 anos no próximo mês, revelou que chegou a duvidar que esse título seria possível, mas disse estar feliz e tranquila com essa conquista.

ORGULHO APÓS AS DÚVIDAS

Estou muito orgulhosa de mim. Voltar a essa posição, jogar como joguei e encerrar como encerrei… é algo de que me orgulho muito. É claro que eu sempre acreditei que seria possível, mas chegar aqui e realizar isso significa o mundo para mim. Tudo acontece por uma razão. Tive que passar por momentos difíceis, o que me obrigou a me olhar no espelho algumas vezes. Isso foi importante.

Trabalhei bastante na pressão interna que eu mesma colocava sobre mim. Desde muito jovem, sentia que, se nunca ganhasse um Grand Slam, iria decepcionar e frustrar as pessoas e as expectativas que tinham sobre mim. Demorei um tempo para me sentir bem com a carreira que construí e para ter orgulho do que alcancei e da jogadora que sou.

ENCERRANDO O JOGO… NO ATAQUE

Fiquei muito feliz com a maneira como fechei a final. Fui agressiva porque senti que, se eu não fosse, ela seria. Foi quase como se fosse uma necessidade para mim.

APONTADA AO SUCESSO DESDE CEDO

Desde os 11 ou 12 anos, diziam que um dia eu seria campeã de Grand Slam. Claro que isso era para me animar e me deixar mais confiante, mas, à medida que fui chegando perto e nunca conquistava o título, comecei a duvidar mais. Isso deixou de ser algo positivo e passou a me gerar pânico e dúvidas. Isso começou a pesar mais do que deveria. Consegui superar isso com muita terapia, o que foi essencial para eu lidar melhor comigo mesma e com a forma como me enxergava. Nunca quis demonstrar fragilidades, mas, sem terapia, não estaria aqui hoje.

QUANDO SENTIU QUE O TÍTULO ERA POSSÍVEL

Não sei se houve um momento específico em que percebi que poderia vencer. Mas, antes de cada partida, sentia que poderia ganhar. Tentei não me preocupar demais com o que eu não podia controlar e joguei da forma mais tranquila possível. Aos poucos, isso foi construindo minha confiança. Nunca pensei demais no que estava por vir antes de as coisas realmente acontecerem. Meu foco sempre esteve no que eu tinha à minha frente.

RECONHECIMENTO DAS COLEGAS DE CIRCUITO

Cresci no circuito, e algumas das minhas melhores amigas também jogam. Nós somos muito boas em torcer umas pelas outras e em celebrar os nossos sucessos. Estar na posição de vencedora e ter o apoio delas é uma sensação incrível, porque, por muitos anos, foram elas que estavam vencendo enquanto eu torcia por elas.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com