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Juan Mónaco: «Fui o melhor jogador que pude ser»
Numa interessante entrevista ao portal argentino Número 12, Juan Mónaco revisitou alguns momentos de uma carreira terminada há pouco tempo devido ao acumular de lesões. Desde o dia-a-dia pós-ténis, passando pela análise da sua carreira numa ótica do ténis de hoje em dia, muitos temas foram abordados pelo argentino nesta entrevista.
“Vivo o dia-a-dia. Disfruto de dormir na mesma cama 20 dias seguidos ou de tomar o pequeno almoço tranquilo. Dou-me ao luxo de pegar no carro e visitar a minha sobrinha a Tandil se tiver saudades dela, posso seguir os meus negócios mais de perto. São coisas que o ténis não te deixa ver, há mais coisas para além do ténis”, começa por dizer Mónaco, referindo-se aos prazeres da vida para lá dos courts. “Quando jogas só pensas nisso. Hoje posso disfrutar da relação com a minha namorada, de a conhecer melhor. O tenista é muito egoísta e quando deixas de jogar a vida segue, já não és só tu e a tua carreira”.
“Quando comprei a minha casa e o meu carro aos 20/21 anos não pensei mais em dinheiro”
Por outro lado, quando questionado acerca da gestão de uma vida sem a pressão competitiva, sem a pressão dos treinos, o argentino reconhece as dificuldades. “Estou a adaptar-me, é um desafio”, admite. “Propuseram-me fazer televisão no momento certo e foi um incentivo. Ainda que, para ser sincero, o friozinho na barriga antes de encontro era algo especial e único. Mas tinha a certeza que algum dia ia terminar, então tentava ocupar a mente com outras coisas para além do desporto. Pensar em algo durante muito tempo pode-te fazer doente, pode-te fazer ficar básico”.
Em relação aos objetivos que foi estabelecendo para a sua carreira, Mónaco fala de diferentes patamares, consoante as fases da carreira. “De início pensas em objetivos. Jogar torneios ATP, ser top-100, ganhar um torneio. À medida que os cumpres, relaxas, mas a exigência continua”, começa por explicar. “Quando comprei a minha casa e o meu carro, aos 20/21 anos, não pensei mais em dinheiro, jogava porque adorava a competição”, refere, explicando em seguida o que o motivava além do dinheiro.
“É difícil estar tanto tempo no top-30”
“Gostava de pensar coisas como ‘ganhar o torneio X’, ‘vencer cinco top-10’, ‘chegar às meias-finais de um Masters 1000’. Eu era um top-30, então tentar chegar ao top-10 e ganhar pelo menos 40 encontros por ano. Isso era o que me motivava, não os números da conta bancária”, evidencia o argentino que fala também do seu papel enquanto jogador. “Agora reparo que fui um jogador muito regular, é difícil estar tanto tempo no top-30. Ganhei nove torneios. Lutei contra lesões no pulso, infiltrei-me, fui operado, voltei e ainda ganhei um torneio. Fui o melhor jogador que pude ser”.
Mónaco fala também do que valia o seu jogo, quando comparado com a atual tendência da supremacia da envergadura. “Cada tenista está onde merece. Eu potenciava outras qualidades como a tenacidade, ser exigente comigo mesmo, ser super-profissional, a alimentação. Estive 12 anos sem tomar bebidas com gás. Aos 20 anos disseram-me que não era bom para o meu corpo e meti isso na cabeça. Fui um obsessivo do treino. Dormi oito horas, fiz yoga por causa da elasticidade, sempre me preparei da melhor forma”, revela o argentino que fala do profissionalismo como uma arma para estar sempre um passo à frente dos adversários.
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