Jornalista chinesa diz que Peng foi obrigada a retirar-se do ténis

A editora do ‘China Change’ e ativista pela liberdade e direitos humanos no país, Yaxue Cao, voltou a afirmar esta quinta-feira que a ex-número 1 do Mundo de pares, Peng Shuai, foi forçada a retirar-se do circuito profissional após denunciar abuso sexual.

Cao já havia afirmado que o governo chinês, para proteger sua relação com o circuito profissional feminino através de sua associação, WTA, forçaria Peng Shuai a abandonar. O anuncio foi feito de maneira discreta pela tenista através de sua primeira entrevista para a imprensa internacional concedida há uma semana ao jornal francês ‘L’Equipe’. A entrevista foi monitorada por autoridades e precisou de ter as perguntas previamente aprovadas.

O objetivo do governos de Xi Jinping era desassociar a figura de Peng Shuai. E, por essa razão, desde sua primeira aparição pública em novembro de 2021, um mês após denunciar o abuso sofrido por parte de Zhang Gaoli, ex-vice-primeiro ministro, Peng Shuai tem usado o uniforme padrão dos atletas chineses.

Ainda de acordo com a ativista, a China parou de atacar o WTA por uma razão estratégica: “A única razão pela qual a China até parou de atacar explicitamente o WTA como sendo anti-China e tendo uma agenda política, como o país já fez em tantos outros casos, é porque a China precisa do WTA. Sem o WTA, a China praticamente matará o ténis feminino na China”, assegurou.

No final de 2021, a WTA suspendeu a realização de torneios em território chinês. A iniciativa foi seguida, de maneira menos enfática, pela Federação Internacional de Ténis, que não levará torneios ao país ao menos nos 3 primeiros meses do ano.

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