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João Zilhão e o futuro do Estoril Open: «A aposta do Millennium é grande e de continuidade»
Na terceira e última parte da entrevista do Bola Amarela com João Zilhão, discutimos a continuidade do Millennium Estoril Open e do seu grande principal apoio: o Millennium BCP. O diretor da prova portuguesa assegura que a parceria está bem de saúde e é para continuar, referindo as “mais de 70 marcas”, muitas delas com contratos prolongado, que asseguram a estabilidade necessária.
João Zilhão confirmou também a transmissão televisiva do Estoril Open em Portugal pela RTP e a Eurosport, à semelhança do que aconteceu nas edições anteriores, e lembrou ainda as determinantes negociações com a ATP que lhe permitiram avançar com a prova, depois de 25 anos no Jamor.
O facto de o João já ter estado por dentro de todas negociações no passado, no antigo Estoril Open, acabou por ser determinante na altura de falar com a ATP para este novo torneio?
Sim, claro. Foi precisamente por haver esse relacionamento que as conversas começaram. O ATP tinha interesse, se fosse possível, que não se perdesse o torneio em Portugal, mas isso não torna nada mais fácil ou mais barato. As negociações duraram dois meses e tal entre novembro de 2014, quando o antigo promotor afirmou que não podia continuar, e nós aceitarmos as duras condições financeiras, e pesado caderno de encargos da ATP em meados de janeiro de 2015.
“O ATP tinha interesse que não se perdesse o torneio em Portugal”
A iniciativa partiu da ATP ou do João?
Houve um contacto deles connosco, nós sabíamos que as coisas estavam difíceis e fomos contactados para saber se havia um interesse em manter um evento vivo em Portugal, não interessa onde. O evento tinha de ser naquela semana, em terra-batida e na Europa. Para o ATP seria ótimo mantê-lo em Portugal tendo em conta os últimos 25 anos, não interessava mais um em Espanha ou em outro lado. É importante para o ATP uma amplitude geográfica grande, passar pelo número máximo de países.
Como é que estão as negociações para a transmissão televisiva?
Em Portugal temos dois canais a passar o torneio, a RTP e o Eurosport. A Eurosport vai transmitir para 59 países em exclusivo, exceto para Portugal. Conseguimos negociar isso, para a RTP e a Eurosport conviverem. De resto, cada país é negociado individualmente, mas estamos em todos os continentes e recebemos o relatório a seguir ao evento. Há muito interesse pelo torneio em vários países no mundo, como Austrália e Japão… é inacreditável os resultados do ténis no Japão e tudo por causa do Nishikori.
Este ano temos 12 nacionalidades na lista e há mercados que são muito importantes para o turismo em Portugal, por isso é bom ter estes nomes cá para que estas transmissões passem. Para além disso, a minha empresa, UCOM Media, faz todos os dias um “compacto” com os melhores momentos do torneio que é enviado para mais de 200 canais noticiosos, possibilitando a quem não tem tempo de acompanhar o torneio em direto possa apanhar os melhores momentos do dia nos serviços noticiosos (BBC, ESPN, CNN, Sky News…)
Que problemas é que a organização identificou nas duas edições anteriores que procurou corrigir para este ano?
Em termos de público em geral queremos mais animação para quem vem ao torneio. Há muita variedade gastronómica, quase 20 marcas diferentes de comida, e vamos ter mais animação musical, mais arte, e outro tipo de entretimento que iremos divulgar. A ideia é afinar pequenos pormenores, o ATP a seguir ao evento faz um balanço connosco e depois é feito um relatório, seguido por chamadas de “follow up” ao longo do ano com várias áreas (fisioterapia, marketing, comunicação, área desportiva…).
“A ideia é afinar pequenos pormenores”
Pequenas coisas que têm de melhorar pois eles são muito exigentes, e caso haja falhas são aplicadas multas. As coisas estão muito bem feitas para impor pressão e regras nos organizadores. O Estadio Millennium está muito bom, mas o ATP quer que a velocidade de jogo do Court Cascais e os restantes esteja exatamente igual, e não é fácil. Estamos a trabalhar para melhorar.
O Estoril Open está garantido pelo menos até 2018 com um naming sponsor, o Millennium BCP. Já foram demonstradas intenções de continuar este naming sponsor pelo patrocinador?
Estamos muito contentes e agradecidos pelo apoio que Cascais e o Millennium têm dado ao projeto, pela sua aposta. É uma aposta grande e que pelo que sabemos é de continuidade, sustentabilidade de sucesso, e por isso estamos muito confiantes para que seja por muitos e bons anos que continue. Não costuma acontecer um naming sponsor entrar apenas por dois ou três anos, demora muitos anos até que as pessoas comecem a chamar aquele nome à marca, e depois demora também muitos anos a desfazer.
“A aposta [do Millennium] é grande e
pelo que sabemos é de continuidade”
A aposta do Millennium BCP não é só no Millennium Estoril Open mas também no João Sousa, no ténis em geral, a apoiar também o ténis do Estoril. É uma aposta global, generalizada e que perdura ao longo do ano.
Há então boas indicações de o torneio continuar com o Millennium…
Há excelentes indicações. Muitos dos nossos contratos com patrocinadores são de três e de cinco anos, o que dá a tal sustentabilidade muito forte ao projeto. Estamos com mais de 70 marcas a apoiar o projeto, é bom para o marketing desportivo e quer dizer que o projeto esta a dar um bom retorno às marcas.
Este projeto é muito mais do que apenas um evento de ténis: é um evento de relacionamentos entre empresas, networking, relações publicas, relações com clientes, um grande evento social…e claro uma grande festa para os amantes do desporto em geral, e do ténis em particular.
Consideraria viável o Estoril Open avançar na eventualidade de um dia não haver um naming sponsor?
Julgo que com o que já conseguimos provar, a nível de sucesso do projeto, conseguiríamos continuar. Obviamente que queremos e temos feito de tudo para que o Millennium BCP continue connosco durante muitos anos.
É uma relação de excelência entre as equipas, eles têm uma equipa de excelentes profissionais a trabalhar continuamente no Millennium Estoril Open e dá muito trabalho meter tudo isto de pé. São milhares de coisas a serem produzidas e definidas rigorosamente para o evento, que têm de ser aprovadas e planeadas.
http://bolamarela.pt/fora-de-linhas/atp-conta-com-millennium-estoril-open-para-2018/
O João foi das primeiras pessoas que trouxe o padel para Portugal. Teria desejo em que a 3Love estivesse envolvida um dia com o padel?
A minha empresa alemã, U.COM, esteve em 2013 e 2014 envolvida com o World Padel Tour, que foi organizado no Lisboa Racket Center (Benno Van Veggel/Armindo Mirante) e infelizmente, com a situação da legalidade da modalidade, a guerra entre as federações estava muito fragilizada e não houve condições para continuarmos com este projeto. Não queríamos estar nesta disputa, com toda a tensão no ar.
Estava previsto fazermos a edição de 2015, mas a Câmara de Lisboa não apoiava se não estivéssemos com a Federação Portuguesa de Ténis, que era quem tinha a tutela da modalidade. Ficou uma situação muito incómoda, e decidimos que não havia condições para continuar.
“A guerra entre as federações estava muito fragilizada”
Julgo que neste momento o padel está entregue, à Federação Portuguesa de Padel, que está a fazer um bom trabalho e agora está o João Lagos muito envolvido na modalidade. Nós estamos focados a fazer crescer o ténis, o Millennium Estoril Open, e projetos paralelos como os quatro torneios do Cascais NextGen Tour que integram o circuito ITF Future e são pontuáveis para o ranking mundial, neste Road to the Millennium Estoril e que irão consagrar o melhor português com um wildcard.
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