João Sousa: "Triste por ver os grandes torneios na televisão"

João Sousa: “Triste por ver os grandes torneios na televisão”

Por José Morgado - junho 30, 2023
João Sousa of Portugal plays against Giulio Zeppieri of Italy during the 1st round of the Millennium Estoril Open tournament at CTE- Clube de Ténis do Estoril.

João Sousa está afastado dos courts a recuperar de problemas físicos depois de meses difíceis e esta sexta-feira passou pelo programa ‘Manhã Informativa’, da Sport TV, para falar não só do seu momento recente como do torneio de Wimbledon, que está aí à porta.

AFASTADO DOS COURTS (E DE WIMBLEDON) DEVIDO A LESÃO

Estou numa fase de recuperação de uma lesão nas costas. Triste por ver os jogos dos grandes torneios na televisão em vez de os jogar e tenho vontade de regressar o mais rapidamente possível porque é aquilo que mais gosto de fazer. Ainda não sei quando vou voltar. Tenho de recuperar da melhor maneira e as coisas não têm corrido como esperaria. O meu regresso é uma incógnita, voltarei quando estiver a cem por cento porque estive lesionado desde o início da temporada.

WIMBLEDON É ESPECIAL

Wimbledon é emblemático. Lembro de quando era pequeno ver na televisão e ter o sonho de jogar esse torneio. Felizmente tive esse oportunidade e sinto que deveria lá estar. São muitas emoções porque é aquele torneio que todos querem disputar.

CHEGOU AOS ‘OITAVOS’ EM 2019

O ano de 2019 foi muito bonito para mim em Wimbledon, cheguei aos oitavos-de-final. Grandes memórias porque chegar à segunda semana é sempre um objetivo. Perdi contra o Rafa no campo central e é para esses momentos que nós jogadores jogamos. Viver esses momentos e desfrutar.

DJOKOVIC E ALCARAZ FAVORITOS

Há dois claros favoritos: o Djokovic e o Alcaraz. São os principais candidatos, têm vindo a jogar um nível mais alto do que os restantes jogadores, o que não quer dizer que não exista surpresas, porque há sempre.

APOIO A NUNO BORGES E FRANCISCO CABRAL

O Nuno Borges vai disputar o quadro e estamos aqui a apoiá-lo. Ele e o Cabral são dois jovens e com muito talento. Dois amigos. Vai ser bonito ver até onde podem chegar. As expectativas são altas e eles têm uma longa carreira pela frente, mas acredito que vão preparar-se para fazerem um grande torneio. Sou mais um português a apoiar em casa.

INSPIRAÇÃO PARA OS MAIS JOVENS

Eu gostaria de pensar que sou uma inspiração. Não gosto de me meter como uma referência mas estou satisfeito com o que tenho feito na minha carreira. Espero que isso inspire crianças e jovens e tenha algum impacto positivo. Acredito que no futuro tenhamos mais jogadores a quererem ser profissionais de ténis.

CONDIÇÕES MELHORARAM EM PORTUGAL

Hoje em dia já existem condições para fazer tenistas em Portugal. O Nuno e o Francisco já têm base cá. Há condições para formar jogadores, há jovens com muito talento a crescer e a querer ser profissionais cá. Isso não acontecia quando eu comecei. O futuro é risonho.

VOLTAR AO TOP 100 ESTÁ NA CABEÇA

Gostaria de voltar ao top 100, é onde quero estar. Já lá estive muitos anos e vamos ver como é que estas lesões evoluem e tentar perceber se vou conseguir estar a cem por cento e continuar a fazer aquilo que gosto.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com