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Sousa não descarta a hipótese de lutar pelas ATP Finals de pares mas… «Ainda não faz sentido pensar nisso»
João Sousa é o único jogador do Mundo a integrar atualmente o top 40 dos rankings ATP de singulares (39.º) e de pares (32.º), mas nem por isso está particularmente preocupado com a sua classificação de duplas. Numa longa entrevista à Lusa, o vimaranense de 29 anos lembra que a aposta nos pares, em 2018, que já deu frutos também este ano no Australian Open, se deveu essencialmente à vontade que tinha de melhorar determinados aspetos técnicos.
“No ano passado tínhamos o objetivo de chegar ao top-50, mas este ano não temos o objetivo de subir muito no ranking, nem de jogar tantos torneios de pares. Acho que ajuda na variante de singulares, que é aquela em que estou focado, e tem corrido bem, porque tenho melhorado em vários aspetos. Mas, esta época, não estou a pensar apostar tanto nessa vertente”, anunciou.
Embora pretenda “disputar os quatro torneios do Grand Slam com Leonardo Mayer”, João Sousa diz que a ideia passa por jogar mais vezes na companhia do espanhol Pablo Carreño Busta. “São os dois jogadores com quem tenho melhor entrosamento, mas este ano vou jogar mais vezes com o Pablo, porque no ano passado fizemos bons resultados e também temos muito boa afinidade. Na América do Sul já vou jogar com o Pablo”, explicou, antes rumar a Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo para fazer três semanas em terra batida, antes de Indian Wells e Miami.
Tendo em conta as meias-finais alcançadas no Open da Austrália e o terceiro lugar na Corrida para Londres, o minhoto não descarta, contudo, a possibilidade de redefinir os planos ao longo da época, se houver justificação para isso. “Não falei com o Leonardo nesse sentido, mas, se fizermos bons resultados e existir essa real possibilidade de poder jogar as ATP Finals, podemos ponderar. Tendo sido o primeiro torneio, acho que não faz sentido pensarmos já no Masters”, justificou Sousa.
Além de ter conquistado o melhor resultado de sempre de um português num ‘major’ em seniores, ao disputar as meias-finais de pares, João Sousa despediu-se do Open da Austrália na terceira ronda de singulares, após a derrota frente ao japonês Kei Nishikori, e admite que não imaginava melhor início de época.
“Comecei com uma boa vitória em Auckland e, na segunda ronda, não joguei tão bem, mas dei sinais de estar a jogar a um bom nível. Na Austrália, fiz dois grandíssimos encontros, e no terceiro o Kei foi melhor que eu. Ainda assim, joguei a um bom nível, que era o objetivo principal. Não sou de pensar muito em resultados ou estipular objetivos concretos, tento pensar encontro a encontro. E as coisas correram bastante bem em singulares e em pares foi ainda melhor”, lembrou.
Depois de uma “temporada positiva” em 2018, os objetivos para esta época passam por “continuar a evoluir” e manter-se “no topo da elite mundial”. “Quero melhorar como jogador, porque tanto eu como o meu treinador [Frederico Marques] achamos que podemos melhorar, há margem de progressão e de poder jogar melhor ténis. É nessa base que trabalhamos dia a dia e não com vista em resultados” garantiu, confidenciando querer ainda “melhorar o serviço“, algo que tem vindo a ser trabalhado, “e não é uma pancada fácil de melhorar, e com a experiência de circuito e sendo mais velho”, tornar-se “mais frio em algumas situações” de jogo.
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