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Goran Ivanisevic: «O Sampras deu cabo da minha vida»
Os anos passam, mas o dramatismo hiperbólico de Goran Ivanisevic permanece – um bem-haja a isso. O antigo jogador croata de 46 anos, que diz saber quantas vezes é preciso matar Roger Federer até ser finalmente derrotado (77), e que não nega um bom (ou boémio) conselho a ninguém (quem vai esquecer o “embebeda-te e retira-te” dirigido a Marcus Willis antes de defrontar Federer em Wimbledon?) aproveitou o tempo de antena do ‘Sole 24 ORE’ para fazer alguns desabafos com o seu cunho exorbitante.
“O Sampras deu cabo da minha vida”, atirou o antigo número dois mundial. “Eu gosto do Pete, é um grande campeão e uma ótima pessoa. Mas eu perdi muitas meias-finais e finais contra ele. Detesto-o do ponto de vista desportivo”, frisou Ivanisevic, recordando as 12 vezes (em 18 encontros) em que saiu derrotado de um embate com o campeão de 14 títulos do Grand Slam.
Ivanisevic perdeu duas finais em Wimbledon com Pete Sampras (e uma com Andre Agassi) antes de deixar o All England Club totalmente rendido à sua causa, contra todas e quaisquer expectativas. Então 125.º do ranking, o jogador dos Balcãs recebeu um wildcard e só sossegou quando foi proclamado campeão no mais aclamado major do calendário, ao derrotar no quinto set Patrick Rafter.
“A minha vida não seria a mesma se não tivesse vencido Wimbledon em 2001”, confessa aquele que foi o primeiro jogador de sempre a conquistar um major enquanto convidado. “Houve alguém que me disse que no desporto o mais importante é competir, mas não é verdade. Quem é que se lembra das derrotas? Até àquele dia, eu era o eterno número dois, com três pratos de prata. Nem eu me lembro dessas malditas finais, apesar de as ter jogado. Agora, 16 anos depois, as pessoas continuam a parar-me na rua e lembram-se desse 16.º jogo do quinto set”.
Ter sido pai foi a minha salvação
O momento de glória não teve pernas para andar, por culpa dos problemas no ombro, os tais que o recambiaram para o top 130 antes de torneio de Wimbledon. “O ombro doía-me tanto que eu não conseguia levantar o braço depois de cada encontro. Fui operado e não joguei durante um ano e meio. Regressei, mas foi muito doloroso, por isso retirei-me. Tinha apenas 32 anos, senti-me perdido. Não sabia o que fazer da minha vida. Todo aquele stress que sentia desapareceu. Felizmente a minha filha nasceu em 2003. Ter sido pai foi a minha salvação”, reconheceu.
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