Ferrero revela o próximo passo de Alcaraz e pede cautela: «Vamos deixar as coisas fluir»

Ferrero revela o próximo passo de Alcaraz e pede cautela: «Vamos deixar as coisas fluir»

Por Nuno Chaves - abril 4, 2022
epa09868500 Carlos Alcaraz (R) of Spain hugs his coach Juan Carlos Ferrero (L), after Alcaraz defeated Casper Ruud of Norway to win the men’s singles final match of the Miami Open tennis tournament at Hard Rock Stadium in Miami Gardens, Florida, USA, 03 April 2022. EPA/ERIK S. LESSER

Se há alguém responsável pelo sucesso prematuro de Carlos Alcaraz é Juan Carlos Ferrero. O antigo número um do mundo é o técnico do jovem de 18 anos e, em Miami, após o título do seu pupilo, não conteve as lágrimas na hora de o abraçar.

Estão a ser dias de sonho para Alcaraz, que alcançou uma série de registos impressionantes, ainda assim, Ferrero pede cautela e até revela o próximo grande passo no circuito.

“Vamos deixar fluir as coisas. Agora é difícil de falar de objetivos ou até onde pode chegar. Deixemo-lo jogar. Creio que é capaz de alcançar um grande ano e vamos cruzar os dedos nos Grand Slams. Talvez seja o próximo passo, chegar ao final das duas semanas. É fácil perder o foco e as pessoas podem desconcentrar-se. Como equipa, vamos criar uma bolha e manter a calma nestes dias. Depois vamos para Monte Carlo e vamos dar o máximo, como sempre, não há outra forma”, admitiu em conferência de imprensa, ainda em Miami.

E será que Ferrero está surpreendido com uma ascensão tão rápida de Carlitos? “Sim e não. Há uns anos lembro-me de vê-lo treinar na academia com jogadores mais velhos que ele. Ele tinha só 16/17 anos e adaptava-se muito bem ao nível dos outros. Isso queria dizer que tinha algo. Desde então, trabalhamos todos os dias. O seu potencial esteve sempre ali. Só tinha de deixar ir e fluir para que as coisas seguissem um bom caminho. Não me surpreende este nível, mas sim, foi rápido”, contou.

Outra das grandes questões é sobre a superfície favorita de Alcaraz (nem o próprio sabe responder). Ferrero também tem dúvidas. “Não temos a certeza (risos). Falámos às vezes e ele também não tem claro porque começou a treinar mais em hard court há um ano. O seu estilo de jogo, sendo ir muito para a frente, subir à rede e ser agressivo, pode adaptar-se muito bem aos hard courts e também à relva. Talvez possa dar um pouco mais em terra mas manteremos a porta aberta para o hard court no futuro”, concluiu.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.