Federer e o barulho vindo do público: «Estou mais do que habituado a bebés a gritar»
Roger Federer está num tal momento de forma que consegue transformar aquela que será, porventura, a maior desvantagem da paternidade numa mais-valia para o seu jogo: as noites mal dormidas e os gritos ensurdeceres entre quatro paredes.
Com o público particularmente inquieto e barulhento durante o seu intenso embate com Tomas Berdych, em que o árbitro de cadeira interveio várias vezes, o suíço de 35 anos, pai de dois pares de gémeos, não fez mais do que manter a compostura, sem dar sinais de desconcentração.
A explicação chegou no final, após salvar dois match points e agarrar o lugar nas meias-finais. “Os bebés gritam de vez em quando, mas isso não me incomoda, obviamente”, começou por dizer o ex-número um mundial. “Estou mais do que habituado a isso. Quando estou a dormir, em qualquer altura”, acrescentou o super-pai do circuito, defendendo que o barulho “faz parte do jogo”.
“Acho que é bom para o ténis termos momentos barulhentos, momentos de silêncio, momentos barulhentos. Torna o ténis mais especial”. O torneio de Miami não é dos mais ruidosos do circuito, mas, se fosse, não seria um problema para Federer.
“Se houvesse mais gritos, mais barulho e mais movimentações, na verdade, não havia problema. Acho que chegámos a um ponto em que toda a gente quer silêncio total. Não discordo com isso. Cria melhor ambiente, mas estamos habituados a lidar com tantas outras condicionantes na prática que também deveríamos saber lidar com isso”, concluiu.
Nem de propósito, Federer defronta nas meias-finais do Masters 1000 norte-americano um dos jogadores que mais reações provoca no público, Nick Kyrgios. O embate entre ambos acontece à meia noite de Portugal Continental, às 20 horas no Brasil (Brasília).