Faz 15 anos que Nadal levou um raspanete da avó por derrotar Carlos Moya

Faz 15 anos que Nadal levou um raspanete da avó por derrotar Carlos Moya

Por Susana Costa - julho 21, 2018

Retirado desde 2010, Carlos Moya continua a mover-se pelo circuito mundial com grande desafogo, fazendo da equipa técnica de Rafael Nadal a sua segunda família. Mas a forte amizade que agora os une começou com um intenso confronto que os colocou em lados opostos da rede e que terminou com o mais novo dos jogadores a levar a vitória e um inesperado raspanete da sua avó.

Passaram 15 anos desde esse primeiro encontro, e, em jeito de comemoração, recuperamos uma das histórias mais curiosas e encantadoras que ouvimos da boca de Moya. Em entrevista à Telecinco, o espanhol falou sobre a relação especial que mantém com maiorquino desde tenra idade e relembrou o dia em que o multicampeão de 32 anos o derrotou pela primeira vez.

“Eu sempre o tentei ajudar”, começou por dizer o antigo jogador de 41 anos. “Era normal que ele quisesse seguir os meu passos, somos da mesma ilha [Palma de Maiorca]. E ele não só seguiu o meu exemplo como me superou”, acrescentou Moya, recuando até à edição de 2003 do torneio de Hamburgo.

“Ele tinha 16 anos quando jogámos a primeira vez um encontro oficial. Eu ganhava sempre nos treinos, mas [dessa vez] ele ganhou. Eu era número seis ou sete do mundo. Apertou a minha mão e pediu desculpa por me ter derrotado. Eu disse-lhe que era normal, que seria apenas a primeira vez de muitas”.

Mas se o seu adversário e amigo foi tolerante com a derrota, o mesmo não se pode dizer da avó de Nadal. “Contaram-me depois que a sua avó o tinha chamado e lhe tinha dito: ‘como é que foste derrotar o Carlos? Estás louco?'”.

nadal

Uma reprimenda que parece não ter feito mossa no campeão de 17 títulos do Grand Slam, já que repetiu a graça mais cinco vezes durante a sua carreira diante do ex-jogador que tem sido desde sempre uma inspiração e de quem recebeu apoio desde o dia em que se cruzaram. “Conheci o Nadal quando tinha 12 anos [1998]. Era muito tímido, mas dentro do court transformava-se, tinha muita personalidade”, recorda.

 

Descobriu o que era isto das raquetes apenas na adolescência, mas a química foi tal que a paixão se mantém assolapada até hoje. Pelo meio ficou uma licenciatura em Jornalismo e um Secundário dignamente enriquecido com caderno cujas capas ostentavam recortes de jornais do Lleyton Hewitt. Entretanto, ganhou (algum) juízo, um inexplicável fascínio por esquerdas paralelas a duas mãos e um lugar no Bola Amarela. A escrever por aqui desde dezembro de 2013.