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Ex-número 1 júnior revela propostas para perder de propósito: “Maioria dos que fazem não são pegos”
O assédio dos apostadores aos jogadores não é novidade e tem como alvo principal tenistas de ranking mais baixo. Uma das histórias mais recentes foi contada pelo polonês Filip Peliwo, atual número 463 da ATP e ex-número 1 de juniores quando ainda representava o Canadá. Ele revelou ter recebido uma proposta de até 5 mil euros para perder um jogo. Ele assegura que não aceitou, mas que há outros atletas que acabam não resistindo às ofertas.
“Estou convencido de que há jogadores que ganham a vida entregando jogos. Há jogadores que ganham muito mais dessa forma do que conseguem nos torneios da ITF. É da natureza humana às vezes entrarmos por atalhos. Eles tentaram me encorajar pela fato de outros jogadores do top 600 fazerem isso e acho que também há casos assim nos Challengers. Claro que não tenho 100% de certeza, mas ficaria muito surpreso se não estivesse certo”, disse o jogador de 29 anos em entrevista ao ‘TVP Sport’, da Polônia.
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Embora nunca tenha recebido pessoalmente uma oferta para manipular resultados, Peliwo admitiu que já foi sondado por empresas que intermedeiam esse tipo de atividade ilícita em canais como o Instagram e o WhatsApp.
“Nunca houve quem viesse até mim e dissesse que me pagaria por ganhar ou perder, mas já aconteceu diversas vezes de me pedirem para manipular resultados na internet. No Instagram, recebi uma oferta para cooperar com uma empresa britânica. Tudo parecia bastante legítimo, a conta tinha cerca de 25 mil seguidores, eles estavam muito bem preparados. Muitas vezes recebemos ofertas estranhas de patrocínios, mas rapidamente fica claro que se trata de algum tipo de ‘bot’ ou golpe. Dessa vez foi diferente e pensei que talvez conseguisse algum desconto em tênis ou equipamentos, então concordei inicialmente. A conversa foi para o Whatsapp e lá recebi imediatamente uma oferta para perder de propósito. Os valores iam entre os 3 mil e 5 mil euros por jogo”, revelou o atleta, que rapidamente relatou o caso ao diretor do torneio e à Unidade de Integridade do Tênis.
Ainda segundo Peliwo, é possível identificar quando um jogador está envolvido com esquemas de apostas ou não. Ele acredita que uma porcentagem muito pequena de atletas é descoberta e punida por manipular resultados.
“Há definitivamente situações em que você olha para um jogo e pensa que algo estranho está acontecendo. Nunca temos 100% de certeza, mas muitas vezes suspeitamos de algo. É difícil de dizer, mas está claro que poucos jogadores são pegos. Se eu tivesse que responder, diria que está entre 10% e 20% a porcentagem de pessoas que é pega, mas isso é um palpite meu”, afirmou.