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Esta é a vida (real) de um jogador de ténis quando não se está no topo
Quando não se está no top-20 e a ganhar milhões de euros em prize moneys e patrocínios, a vida de um jogador de ténis é feita de escolhas, por vezes erradas, e essencialmente de gestões financeiras, algo que muitas vezes não transparece cá para fora. É por essa mesma razão que, mesmo depois de ter atingido os quartos-de-final do ATP 500 do Dubai, onde derrotou Roger Federer, muitos não terão entendido a escolha de Evgeny Donskoy ao ir para a China… jogar Challengers, quando poderia ter ido competir em dois Masters 1000.
O jogador russo de 26 anos, 81.º ATP, está a viver um momento bastante positivo na sua carreira e o grande destaque foi quando chegou aos quartos-de-final do torneio no Emirados, vindo do qualifying. Apesar de esse ter sido um resultado que o levou de volta ao top-100, Donskoy não seguiu para os Estados Unidos para disputar os Masters 1000, onde uma derrota na primeira ronda do quadro principal vale quase 14 mil dólares, mas optou antes por disputar uma série de Challengers na China. Em entrevista a um jornal russo, ele explica:
“Indian Wells é o meu torneio favorito, por isso foi uma decisão complicada. Mas quando as inscrições abriram eu era número 130 do mundo e tinha perdido na primeira ronda em três Challengers. Entendi que não estava a jogar bem, mas se fosse jogar esse torneio teria de levar um fisioterapeuta e um treinador, porque é uma viagem de um mês”
As inscrições para um evento ATP fecham seis semanas antes de o evento começar e, na altura de serem conhecidas a lista de Indian Wells, o russo andava a lutar para se manter no top-130, o que não lhe dava qualquer hipótese se entrar direto no quadro principal. Uma eventual derrota na primeira ronda dos ‘qualies’ vale apenas dois mil dólares.
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“Poderia ter de disputar um [Andrey] Rublev e não seria fácil – ou um outro jogador, disse o Andrey como exemplo. Isto num encontro que apenas me dava 16 pontos”, acrescentou Donskoy, acrescentando que não seria viável a eventualidade de vir a disputar o Challenger de Dallas (de 150 mil dólares, um dos mais fortes do ano), já que Irving é uma cidade com alojamento algo dispendioso.
A solução passou, então, por ir jogar Challengers na China, e o balanço foi positivo. Donskoy venceu o evento em Zhuhai e chegou aos quartos-de-final de um segundo torneio, em Shenzhen. Feitas as contas: pouco mais de 9,3 mil dólares e 97 pontos arrecadados, algo que mesmo assim não deverá impedir de Donskoy de sair novamente para fora do top-100.
“Se eu soubesse que eu fevereiro estaria a jogar tão bem obviamente que teria ido para os Estados Unidos, mas nunca se sabe“, conclui o jogador de 26 anos.
Sem filtros ou fachadas de hotéis de cinco estrelas à frente, esta é a verdadeira vida de um jogador de ténis para quem não consegue chegar ao topo da modalidade.
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