Entrevista exclusiva completa com Holger Rune: “Já dei o próximo passo agora no fim de 2023”

Holger Rune concordou rapidamente ao convite do Bola Amarela para dar uma entrevista exclusiva sobre tudo aquilo que está vivendo. Desde a nova experiência com Boris Becker como treinador à vitória de sonho que quer alcançar em 2024, o dinamarquês nos respondeu de forma sincera. Confira aqui a entrevista na íntegra!

BOLA AMARELA – No início de 2022 estavas fora do top 100. Agora é membro do top 10, foi número 4, já conseguiu grandes vitórias e feitos notáveis. Sente que ainda não te dão mérito suficiente?

HOLGER RUNE – Não, não sinto isso. Acho que até tem bastante atenção e, para ser sincero, não é algo em que pense muito. Tenho objetivos e ainda não os atingi. Por isso, o meu foco está unicamente em cumprir os meus objetivos e ser melhor.

BA – Tem conseguido evoluir de forma sustentada. Qual é o próximo passo a ser dado em 2024?

HR – Acho que já dei esse passo seguinte aqui no fim de 2023. Comecei a trabalhar com o Boris Becker e é algo importante para mim, isto de ter um treinador com experiência de ser um jogador de topo, mas também um treinador de topo.

BA – Quanto é que já aprendeu com ele nestes primeiros tempos de parceria?

HR – Aprendo muito cada vez que estamos em quadra. E sinto que recebo uma resposta sábia e qualificada cada vez que faço uma pergunta sobre o que quer que seja. E compartilhar os meus pensamentos com alguém que foi jovem e esteve entre os melhores quando era jovem… Significa muito quando alguém te compreende. Não há muitos que o façam. É um mundo louco.

BA – Você teve um período difícil de derrotas em 2022 e outro em 2023. Quão difícil é para um tenista lidar com isso e como conseguiu sair dessas situações?

HR – Eu tenho uma fase difícil todos os os anos e isto também é algo que o Boris Becker vai me ajudar. Quando é a altura certa para fazer uma pausa, quando é tempo para aumentar ou diminuir o treino, por aí. É difícil quando as coisas não estão correndo a teu favor. Mas acho que faz parte da vida, especialmente quando é jovem. Não posso esperar saber tudo e fazer tudo o que está certo. Eu aprendo e quero aprender e fico mais forte mentalmente ao passar por esses tempos difíceis. Como é que consigo dar a volta? É bastante simples. O meu sonho e os meus objetivos significam tanto para mim que, mesmo quando eu sofro, o meu sonho ainda está vivo.

BOLA AMARELA – Parece ser um tenista feito para os grandes palcos e para os grandes jogos. Sente isso? O que te faz elevar o teu nível nesses ambientes?

HOLGER RUNE – É verdade. Me sinto muito bem nos maiores palcos. É diferente. A atmosfera é incrível. Talvez por ser muito apaixonado pelo meu tênis, saiba ainda melhor estar rodeado por muitas pessoas que estão entusiasmadas para ver grande tênis. Traz qualquer coisa extra.

BA – Uma pessoa que parece muito importante para ti é a tua mãe. Quão determinante é a relação que mantém com ela?

HR – Ela é importante porque posso confiar nela a 100%. Ela nunca diz nada só para me agradar, é sempre honesta. E isso significa muito para mim. Não tem qualquer interesse que não seja eu alcançar o meu sonho. Então é um apoio nada egoísta e eu adoro isso.

BA – Fora do tênis, tem algum exemplo a seguir?

HR – Tenho, sim. Mas não é apenas uma pessoa. Tiro um pouquinho de várias pessoas e fico inspirado.

BA – O Novak Djokovic disse que vê um pouco dele em ti. Como é que te sente ouvindo uma coisa dessas?

HR – Aceito isso como um elogio enorme. Quer dizer… O Novak conseguiu alcançar tudo aquilo com que nós sonhamos.

BA – Se pudesses escolher uma vitória para ter em 2024, qual seria? Pode escolher o torneio, a rodada, o adversário…

HR – Agora quero ter grandes resultados em piso rápido outdoor. Já estive muito bem no saibro, na grama e em piso rápido indoor, por isso agora está na hora de mostrar o meu tênis em quadra dura outdoor. Por isso a minha escolha seria a final do Australian Open contra o Novak.

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