Djokovic: "Dizer que sou o melhor de todos os tempos seria um desrespeito"

Djokovic: “Dizer que sou o melhor de todos os tempos seria um desrespeito”

Por José Morgado - junho 11, 2023
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Novak Djokovic passou neste domingo pela sala de coletiva de imprensa para uma conversa fantástica com os jornalistas onde falou de todos os temas mais quentes, incluindo o fato que todos agora lhe atribuem como melhor tenista de todos os tempos. O sérvio de 36 anos não fugiu a nenhuma questão.

IMPORTÂNCIA DESTE TÍTULO

É um dos títulos mais importantes da minha carreira. Sabia que havia história em jogo, seja  no torneio, seja neste jogo e tentei me preparar para esse jogo como qualquer outro, mas mentiria se dissesse que não senti um pouco o momento e que não pensei na linha de meta que estava ali mesmo ao pé para este objetivo tão importante. Quando vi a última direita dele ir fora, senti um enorme alívio. Foram muitas emoções incríveis e estou muito feliz e orgulhoso.

COMO SE SENTE POR SER O MELHOR DE TODOS OS TEMPOS

Obrigado por me considerar o GOAT (Greatest Of All Time – melhor de todos os tempos). Não quero dizer isso. Sinto que é um desrespeito por todos os campeões de diferentes eras do nosso esporte, em épocas em que o tênis era jogado de forma totalmente diferente. Todos esses campeões deixaram o seu legado para que hoje possamos estar onde estamos. Deixo as discussões sobre o melhor de todos os tempos para vocês, mas tenho confiança nos meus feitos. Ganhar hoje é a prova do tênis que ainda sou capaz de jogar.

Nadal dá os parabéns quase de imediato a Djokovic por título histórico em Roland Garros

DOZE ANOS DE DOMÍNIO E RECORDES

Têm sido 12 bons anos para mim. Consegui administrar o meu corpo e emoções, me cercar de pessoas certas para atingir o meu melhor nível nos torneios mais importantes do mundo. Quando se fala da história do tênis, as pessoas falam do número de Grand Slams e do tempo que se passa na liderança do ranking. E eu bati esses dois recordes. Não é algo garantido e o meu corpo está agora respondendo de forma diferente, mas no final do dia temos de tentar cruzar a linha de meta com a vitória e foi isso que eu consegui fazer.

FEDERER E NADAL FUNDAMENTAIS

Sempre me comparei com o Federer e o Nadal porque eles definiram a minha carreira e o que sou como jogador. Fizeram de mim um muito melhor jogador. Passei imensas horas analisando e pensando como poderia derrotá-los nos principais palcos. Eles ocuparam a minha cabeça durante muito tempo e é incrível estar à frente deles em Grand Slams. Mas eles também bateram muitos recordes e escreveram a sua história.

IMPORTÂNCIA DOS PAIS

A minha mãe é a base da família, que sempre nos manteve firmes nos momentos difíceis. O meu pai tem o incrível poder de acreditar que tudo é possível. Ele nunca jogou tênis e teve de perguntar a pessoas se percebiam se eu tinha potencial suficiente para merecer o investimento deles. Ele acreditou sempre.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com