“Na segunda-feira tive uma ‘conference call’ com o ATP para informar da nova realidade do coronavirus em Portugal. Fiz um ‘update’, dando conta que a situação tinha mudado drasticamente, que Portugal está de quarentena, tem as fronteiras fechadas e esta quarta-feira provavelmente vão haver medidas mais drásticas”, começou por revelar João Zilhão, em declarações à agência Lusa.
O diretor da prova defende que não está em posição de “tomar uma decisão unilateral” e que “é uma decisão que está nas mãos do ATP”, mostrando-se, contudo, plenamente confiante e “certo que o ATP tomará a melhor deliberação” para todos.
“Claro que nós, os nossos sponsors e parceiros, não estamos confortáveis com um evento que não seja feito com total segurança. Não faz sentido fazer o torneio com medo, sem confiança e segurança”, sublinha o responsável pelo único torneio ATP português.
Atendendo a que em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou na terça-feira o número de casos confirmados de infeção por coronavirus para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país, João Zilhão reconhece que, “nesta altura, seria mais sensato adiar” o Estoril Open. “O vírus está a propagar-se muito rapidamente, ao ponto de o Euro em futebol ter sido adiado, bem como outros eventos. A segurança e a saúde são o mais importante para todos os envolvidos e só fará sentido haver Estoril Open nestas condições. Tenho a certeza de que o ATP tomará a melhor decisão e confiamos que isso está por horas/dias”, frisa.
Apesar da montagem das infraestruturas estar a decorrer normalmente e dentro dos prazos, Zilhão admite que “quanto mais rapidamente for tomada uma decisão, mais cedo poderão ser tomadas medidas para evitar custos acrescidos”. “Se for cancelado, o prejuízo será grande”, finaliza.