De 100 chamadas perdidas a perseguição no hotel: mais detalhes do caso entre Rybakina e Vukov

De 100 chamadas perdidas a perseguição no hotel: mais detalhes do caso entre Rybakina e Vukov

Por Pedro Gonçalo Pinto - fevereiro 18, 2025
vukov-rybakina

Parece o enredo saído de um filme de terror. O The Athletic revelou mais pormenores da investigação que a WTA fez em relação a Stefano Vukov e que levou à suspensão do treinador de Elena Rybakina, que chegou a ser demitido, mas voltou a trabalhar com a cazaque. Agora está mesmo suspenso — ninguém sabe durante quanto tempo — e os detalhes são assustadores.

Segundo a publicação, o momento mais tenso aconteceu no US Open 2024, quando um membro da equipe de Rybakina informou Vukov que tinha deixado de ser o treinador. O croata não se conformou com isso e lançou uma autêntica busca no hotel em que a jogadora estava em Manhattan para pedir explicações. Ele não a encontrou e, então, fez mais de 100 chamadas telefônicas que não foram atendidas.

Mas este foi um drama que começou bem antes, de acordo com a mesma fonte. A primeira queixa pública aconteceu no Australian Open 2023, com figuras como Laura Robson e Pam Shriver tendo se manifestado contra as atitudes abusivas de Vukov, mas um ano antes já havia relatos nesse sentido, com um treinador denunciando que o croata chamava Rybakina de “estúpida”. “Precisavas fazer isto 50 vezes para sair bem”, diria Vukov à atleta.

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Em 2023 e 2024, tudo começou a piorar de forma mais evidente, sendo que foi comunicado à WTA mais um episódio de abuso de Vukov, com gritos descontrolados na direção de Rybakina durante Wimbledon. A cazaque começou a desistir de torneios, sofreu com insônias desde o verão e isso acabou refletindo nos jogos. Em um duelo com Leylah Fernandez, a cazaque nem conseguia manter-se a par do resultado por conta das noites sem dormir que acumulava.

Outro detalhe terrível tem a ver com o fato de tudo isto ter chegado ao ponto de a mãe de Rybakina ter enviado um e-mail a Vukov, pedindo que o treinador parasse de fazer a filha chorar. Nesta altura, o círculo pessoal da jogadora pressionou para que algo fosse feito e foi aí que Rybakina permitiu que a WTA iniciasse a investigação de forma mais concreta. No entanto, mesmo depois do que aconteceu no US Open, Vukov e Rybakina mantiveram-se em contato e até há rumores de que a relação se tornou mais próxima e amorosa, já que compartilharam hotel no Australian Open. Uma verdadeira encruzilhada.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt