Correjta: «Alcaraz fez um enorme esforço e o seu 2022 foi quase um milagre»

Correjta: «Alcaraz fez um enorme esforço e o seu 2022 foi quase um milagre»

Por José Morgado - novembro 15, 2022
alcaraz

Ex-número 2 do mundo e duas vezes vice-campeão de Roland Garros, o espanhol Alex Corretja analisou o final de temporada do compatriota Carlos Alcaraz, que com apenas 19 anos, venceu o US Open em setembro , tornando-se no mais jovem número 1 do Mundo masculino na história do ranking ATP, o que acabou por lhe custar fisicamente na ponta final do ano, falhando as ATP Finals e das Davis Cup Finals. As declarações foram ao Eurosport.

ESFORÇO INTENSO DURANTE TODO O ANO…

“O esforço feito pelo Alcaraz foi imenso, chegando ao ponto em que era quase impossível não se lesionar. Ele deu um grande salto que lhe saiu do corpo. É muito difícil de lidar com isso. Tudo isto é uma lição para ele, que está a aprender e tem uma equipa ao seu redor que sabe exatamente o que é preciso para estar no topo”.

EQUIPA TAMBÉM TEM DE APRENDER COM A EXPERIÊNCIA

“Eles também devem aprender como o corpo do Carlos reage aos encontros com a intensidade necessária para estar no topo e sua vontade de manter o primeiro lugar. Não acho que o que aconteceu seja surpreendente. É lógico, para mim, que fique exausto no final de uma temporada como esta. O mais importante é que vai terminar o ano como número 1 ou 2 do mundo e que ganhou um Grand Slam.”

IMPORTANTE UM CALENDÁRIO INTELIGENTE

“O esforço do US Open veio com uma conta a pagar. Alcanças o objetivo de uma vida, o sonho de se tornar o número 1 do mundo e de ganhar um Slam, mas as semanas seguintes são automaticamente as mais difíceis de lidar. Ele jogou a Davis logo de seguida, depois foi para um torneio muito longe (Astana), com um longo voo. Temos que lembrar que o que Alcaraz fez é quase um milagre porque lutar para conquistar tudo o que ele conseguiu com apenas 19 anos, ninguém nunca tinha feito isso antes. Estou convencido de que em 2023 será tratado de forma diferente”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com