As 10 razões pelas quais não pode perder o US Open 2020
Parece mentira, mas é mesmo verdade: em ano de pandemia e centenas de cancelamentos de eventos desportivos um pouco por todo o Mundo, o US Open vai mesmo arranca esta segunda-feira, 31 de agosto, dentro da data prevista. Não houve qualifying, não haverá público, menos apanha-bolas e quase nenhuns juízes de linha, mas em jogo vão estar títulos de Grand Slam, numa edição que não vai querer perder. Mas porquê?
1 — O esforço (ou teimosia) da Federação norte-americana
Há dois meses, poucas pessoas achariam possível que a cidade de Nova Iorque — um dos epicentros da maior pandemia dos últimos 100 anos — pudesse receber um dos maiores eventos do calendário tenístico em segurança num recinto — o Billie Jean King National Tennis Center, que chegou a servir de hospital de campanha e armazém para combate à covid-19. Mas a Federação norte-americana acreditou sempre. As negociações com o ATP, WTA, ITF e jogadores não foram fáceis, as condições da bolha não são ideais nem agradam a todos, mas é de louvar a forma como nunca desistiram. E poucos são os fãs que se queixarão nas duas próximas semanas…
2 — As saudades que já tínhamos…
Depois de quase meio ano sem ténis, é natural que já tivéssemos muitas saudades de ver o melhor ténis do Mundo a acontecer na TV, porque para já não podemos ver ao vivo. A qualidade poderá não ser a do costume depois de tantos meses parados, mas os fãs estão ávidos de recuperar as sensações de acompanhar os melhores jogadores do Mundo.
3 — Novak Djokovic, o invencível
É um dos grandes pontos de interesse deste US Open. Novak Djokovic chega a Nova Iorque (também pelas contingências da época) sem derrotas — 23-0 é já o segundo melhor arranque da sua carreira depois de 2011 — e como principal favorito a vencer a prova pela quarta vez (2011, 2015 e 2018) para chegar aos 18 Grand Slams e ficar mais perto dos 20 de Federer e dos 19 de Nadal. Cumprirá o favoritismo?
4 — Serena e a ingrata conversa do costume
Se há coisa que já cansa é iniciar um Grand Slam a falar do ataque de Serena Williams ao recorde de 24 títulos Majors de Margaret Court, como se conquista de um torneio desta dimensão se pudesse reduzir a um número ou registo histórico. Williams volta a entrar no US Open como uma das naturais favoritas ao título, mas terá de fazer muito mais do que nos seus dois torneios de preparação. Em 2018 e 2019, jogou muito até à final, onde acabou por colapsar diante de jovens opositoras que nunca tinham vencido Majors.
5 — É desta que temos um novo campeão?
No setor masculino, há apenas três campeões de Grand Slam em prova: Novak Djokovic, Marin Cilic e Andy Murray. Um número absurdamente baixo para aquilo que é habitual e que (também) se justifica pelas ausências, por razões distintas, de Rafael Nadal, Roger Federer, Stan Wawrinka ou Juan Martín Del Potro. A grande questão é: será desta que temos um novo campeão? E quem? Daniil Medvedev e Dominic Thiem já jogaram finais de Majors, Stefanos Tsitsipas, Alexander Zverev e Matteo Berrettini meias-finais. Mas há que dar o passo seguinte…
6 — De um lado a fome, do outro a fartura
O ténis feminino enfrenta toda uma outra realidade. Mesmo num quadro extremamente desfalcado e sem seis das 10 melhores jogadoras da atualidade e uma série de campeãs de Grand Slam (como Svetlana Kuznetsova, Sam Stosur e Jelena Ostapenko), estão na lista de inscritas um impressionante número de 10 : Serena Williams, Venus Williams, Kim Clijsters, Angelique Kerber, Victoria Azarenka, Petra Kvitova, Garbiñe Muguruza, Naomi Osaka, Sofia Kenin e Sloane Stephens: seis delas já ganharam o US Open.
7 — Kim Clijsters, pois claro
É impossível não incluir Clijsters nestes 10 pontos. Se a belga recuperar fisicamente da sua lesão na coxa e apresentar um nível parecido com aquele a que jogou no World Team Tennis, pode tornar-se definitivamente numa das histórias do torneio. A primeira ronda da belga de 37 anos, retirada há oito da modalidade e regressada em fevereiro de 2020, não é fácil: a número um russa, Ekaterina Alexandrova.
8– Andy Murray de regresso aos Majors
Quase dois anos depois, Andy Murray está de regresso aos Grand Slams de singulares, pela primeira vez desde que foi operado à anca direita, em 2019, para uma reconstrução total. O campeão de 2012 apresentou um nível muito interessante no torneio de Cincinnati e parece em condições de lutar por coisas grandes. Mas não joga um encontro à melhor de cinco sets desde janeiro de 2019.
9 — Um Sousa é bom, dois ainda é melhor
João Sousa e Pedro Sousa levantam a bandeira portuguesa na edição de 2020 do US Open. Os dois portugueses vão defrontar wild cards norte-americanos na primeira ronda — Michael Mmoh e Mitchell Krueger — e têm quadros interessantes se conseguirem jogar ao seu melhor nível. João já é um veterano deste torneio, em que chegou aos oitavos-de-final em 2018, ao passo que Pedro vai jogar o quadro principal pela primeira vez…
10 — Brasileiros espreitam surpresas
O quadro dos dois tenistas brasileiros presentes em singulares não são particularmente brilhantes. Ambos defrontam cabeças-de-série: Thiago Monteiro joga contra Felix Auger Aliassime e Thiago Wild frente ao difícil Daniel Evans. Nos pares, a conversa é outra, com Marcelo Melo, Bruno Soares, Marcelo Demoliner e Luísa Stefani a terem aspirações de chegar longe…