Aos 33 anos, croata que trabalha com finanças vai estrear na chave principal de torneios ATP

Aos 33 anos, croata que trabalha com finanças vai estrear na chave principal de torneios ATP

Por Bruno da Silva - fevereiro 14, 2023
pecotic delray beach
Andrew Patron/Delray Beach Open

O croata Matija Pecotic, 33 anos e 784º do ranking mundial, vai estrear nesta terça-feira (14) em chaves principais de torneios da ATP em Delray Beach. A maior curiosidade, porém, não é essa. É que ser tenista não é a atividade principal de Pecotic. Ele atua profissionalmente como diretor de mercado de capitais de uma empresa de investimento imobiliário.

Para chegar à chave principal do ATP 250 de Delray Beach, Pecotic, que já disputou o qualifying em todos os Majors e compôs o time da Croácia na United Cup deste ano, eliminou dois tenistas da casa: Stefan Kozlov e Tennys Sandgren, que já foi semifinalista do Australian Open.

Mudança de carreira

Pecotic se destacou no college tennis estadunidense, por Princeton, e chegou a ser número 2 no ranking universitário. Ele tentou seguir como tenista em tempo integral em 2014 e chegou perto do top 200, mas problemas de saúde o afastaram das quadras.

Tive uma infecção estafilocócica séria e estava basicamente confinado em uma cama por oito meses. Isso mudou minha trajetória no tênis e minha carreira”, contou em entrevista ao canal do Youtube do Delray Beach Open.

Sem poder jogar, Pecotic realizou o teste Graduate Management Admission Test (GMAT), utilizado para ser admitido em universidades dos EUA, sem muitas expectativas, mas foi aceito em Harvard. Entre continuar se dedicando ao tênis e buscar uma outra carreira, ele acabou entrando na Business School. Lá, passou a ser assistente técnico do time de tênis.

Planos interrompidos pela Covid-19

Depois de se formar em Harvard, Pecotic tentou outra vez ser um tenista full-time por uma temporada. Ele disse que estava “jogando o melhor tênis de sua vida”, mas que a pandemia atrapalhou.

Assim, ele se dedicou aos negócios. Hoje, trabalha para a Wexford Real Estate Investors, com uma carga horário típica: 9 horas por dia, seis dias por semana. No meio disso, ele tenta se manter ativo no tênis.

Eu amo esse jogo e eu sei que não é para sempre, já tenho 33 anos. Tento maximizar cada dia. Tento treinar toda manhã, cinco, seis vezes por semana. Às vezes, treino com meu chefe, que tem 70 anos. Essa semana eu treinei com um cara que provavelmente tem quase 60. Mas você tem que ser criativo e encontrar caminhos, destacou.

De última hora

Mas como Pecotic foi parar no qualifying de Delray Beach? O croata, que no fim de janeiro já havia furado o quali do Challenger de Cleveland, conta que se inscreveu como alternate usando seu ranking protegido e, mesmo sem vaga garantida, foi para o complexo do torneio da Flórida esperando por uma oportunidade. E ela surgiu.

Acordei no sábado e disse: melhor dirigir para Delray para pegar minhas raquetes. Quando apareci lá, o supervisor disse que tinha uma chance de entrar. Meia hora antes do primeiro jogo, ele falou que achava que alguém ia desistir, mas não era certeza. Minutos depois disse: ‘acho que você está dentro’. Quando eu estava entrando em quadra para jogar contra o Kozlov, eles anunciaram o nome do outro jogador que ele deveria enfrentar: ‘Kozlov x Watanuki’, mas era eu. Acabei jogando, explicou.

Ele aproveitou a chance que teve e agora vai enfrentar o ex-top 10 Jack Sock na chave principal. “Joguei um jogo duro para bater o Sandgren. É especial e totalmente inesperado. [Se classificar para a chave principal] foi um momento de incredulidade Estou apenas aproveitando e indo o mais longe que eu puder. Se não der certo, volto para o trabalho“.

Iniciei minha carreira no Jornalismo em 2013, ainda como estudante, como redator no portal VAVEL Brasil. Completei minha graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2017. No ano seguinte, assumi a posição de editor-chefe da VAVEL. Desde 2019, sou repórter do jornal O Município, em Brusque, segundo maior portal de notícias em audiência no estado. Trabalho principalmente na cobertura de política, mas também em geral, esportes, entre outras editorias. Em pouco mais de três anos atuando no jornal O Município, fui reconhecido por três prêmios de jornalismo estaduais. Em 2022, conquistei o prêmio Sebrae e o Fiesc, que é considerado o mais importante do estado de Santa Catarina. Em 2021, venci o primeiro lugar regional e o segundo estadual no prêmio Fapesc de Jornalismo em CTI – Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde o início de 2023, assumi como editor da versão brasileira do portal Bola Amarela, referência na cobertura de tênis em Portugal e no Brasil.