Andy Murray: « Quando eu jogava com o meu irmão, pensamos em ser campeões mundiais, mas não de ténis»

Andy Murray: « Quando eu jogava com o meu irmão, pensamos em ser campeões mundiais, mas não de ténis»

Por admin - novembro 5, 2016

Andy Murray não se vai esquecer deste dia tão cedo. O escocês, que precisava de vencer Milos Raonic nas meias-finais do Masters 1000 de Paris para conseguir chegar à final do torneio e se sagrar no novo número um mundial, viu o seu adversário desistir com lesão e vai mesmo subir ao lugar mais alto do ranking na próxima segunda-feira.

“Quando eu jogava futebol ou lutava com o meu irmão, nós pensamos em ser campeões mundiais, mas não de ténis”, revelou Murray, que ainda não caiu bem em si: “Quando eu soube, fiquei quieto. Não reagi, na verdade. A minha equipa reagiu de forma diferente. Para ser número um demora muito tempo. É toda uma carreira. Eu ainda não sei o que isto realmente representa. Agora tenho que encontrar um novo objetivo para me motivar.”

“É um pouco estranho como tudo aconteceu e obviamente lamentável que o Milos [Raonic] esteja lesionado. Para chegar a este momento estão cerca de 12 meses de torneios. Os últimos meses têm sido os melhores da minha carreira e estou muito orgulhoso de chegar a este momento.”, afirmou Murray.

“No início da minha carreira, tudo o que eu queria era vencer um Grand Slam, mas agora que sou mais velho, chegar ao número um mundial é algo que tenho vindo a tentar fazer. Precisava de melhorar a minha consistência e nas últimas épocas tenho feito isso. Estou feliz por o ter conseguido fazer.”

Para o escocês a sua equipa foi fundamental para chegar a este ponto: “Devo muito ao Ivan [Lendl], mas também a toda a minha equipa que deu tudo por mim. Tenho de dar muito crédito ao Jamie Delgado, porque para chegar ao número um é preciso um ano inteiro de trabalho, e ele tem estado lá em todos os torneios. Ele tem estado todos os dias a trabalhar comigo desde o início do ano. Ele merece todo o crédito pelo trabalho que tem feito comigo.”

Andy Murray confessou ainda que não esperava atingir o posto de número um mundial este ano, mas que no ténis tudo pode acontecer: “Isto é algo que eu nunca tinha conseguido antes e não era algo que eu sentisse que ia conseguir este ano. Eu estava tão atrás em termos de pontos e o número de encontros que teria de ganhar. Nunca pensei que ia fazer o que fiz após Roland Garros, estava muito em baixo após ter perdido aquele encontro. Mas as coisas podem mudar muito rapidamente neste desporto, é mesmo um desporto estranho. Ontem tivemos o Novak a perder para alguém que ele tinha vencido 14 vezes seguidas. E hoje o John [Isner] derrotou o Cilic, depois de perder seis vezes seguidas. As coisas mudam rapidamente e os últimos meses têm sido muito bons.”