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Andy Murray: «As jogadoras de topo fazem os mesmos sacrifícios que os jogadores de topo»
Andy Murray tem a reputação de ser um dos mais acérrimos defensores dos direitos das mulheres no ténis, e não é por obra e acaso do destino. Quando o britânico de 30 anos fala sobre o sempre controverso tema, fazendo por erguer bem alto a bandeira da igualdade de género, revela ter argumentos suficientemente fortes para o fazer.
Sem ter a pretensão de ser fundamentalista, como conta à BBC, Murray diz ter recusado ficar de braços cruzados quando percebeu que havia dois pesos e duas medidas para o que devia ser mensurado exatamente da mesma forma. “Nunca me propus ser porta-voz da igualdade das mulheres”.
A experiência com Amélie Mauresmo viria, no entanto, a mudar-lhe os planos. “Deu-me uma pequena visão das atitudes tidas para com as mulheres no desporto, porque não é normal um jogador ser treinado por uma mulher. Portanto, estava sempre a ser questionado sobre isso”.
“Ficou claro para mim que ela nem sempre era tratada da mesma forma que os homens que se encontravam na mesma posição, por isso senti necessidade de falar sobre isso”, explicou o campeão de três títulos do Grand Slam. “As pessoas, normalmente, subestimam o intenso trabalho que é preciso fazer para se chegar ao topo. E a ética de trabalho é igual para homens e mulheres”.
“As horas que passam no ginásio, no court, na fisioterapia, a viajar, a analisar os encontros e os adversários, o tempo com as respetivas equipas, a recuperar fisicamente e, claro, os sacrifícios são os mesmos. Qualquer pessoa que tenha passado algum tempo com as jogadoras de topo sabe que fazem os mesmos sacrifícios, que são tão determinadas e estão tão empenhadas em ganhar como qualquer jogador de topo no circuito”, defendeu.
Os progressos, reconhece, estão a ser feitos. “É ótimo que todos os Grand Slams paguem o mesmo a campeãs e campeões. Nenhum outro desporto faz isso como o ténis, e é ótimo fazer parte de uma modalidade que está a abrir caminho. Espero que consiga fazer pressão nos outros desportos para que venham a fazer o mesmo”.
O ténis não tem sexo
Foi assim, pelo menos, na vida do escocês em tenra idade. “Enquanto crescia em Dunblane, a minha mãe e o meu pai encorajavam-me a treinar com meninas, no clube. Ter a minha mãe tão envolvida e interessada pelo ténis fez com que sempre me parecesse normal que as raparigas estivessem envolvida num desporto de meninos”.
“Também costumava treinar com a Svetlana Kuznetsova quando treinava em Barcelona. E alguns dos momentos mais divertidos que passei no court foi a jogar pares – com a Heather Watson e a Laura Robson, apesar de elas, provavelmente, não dizerem o mesmo sobre mim”, brinca.
Mais a sério, “quantas mais raparigas virem jogadoras de alto nível a competir, mais raparigas se vão sentir encorajadas a fazer o mesmo. De uma forma geral, acho que o futuro é risonho. Temos mais modelos a seguir femininos do que nunca, mais comentadoras e mais defensores dos direitos das mulheres do que antes”, frisou.
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