André Horta no Bola Amarela Podcast: «Nadal só me perguntava se eu era maluco!»
Como grande convidado de mais um Bola Amarela Podcast, recebemos aquele que é um dos maiores fãs de Rafael Nadal em todo o Mundo. Tem dúvidas? É que estivemos à conversa com André Horta, futebolista do Sp. Braga que tem a cara do maiorquino tatuada na perna e até já teve a oportunidade de privar com o seu ídolo mais do que uma vez. E que melhor altura para esta entrevista do que depois de um histórico 21.º título do Grand Slam.
“Com o Rafa acredito sempre! E temos sempre todos de acreditar, quem gosta mais, quem gosta menos. Para mim não foi uma surpresa. Claro que quando vemos o Nadal perder meia época, aparecer em fotos de muletas… Quem é fã fica um pouco desolado. Depois de regressar ainda apanhou Covid, mas todos sabemos o guerreiro, como se diz aqui no Braga, que ele é. Fui acompanhando com alguma ilusão. Os jogadores foram quase todos de madrugada, por isso quando acordava a primeira coisa que fazia era ir ver o resultado. Felizmente ele ia ganhando sempre! Via os resumos e via que estava muito bem, muito disponível”, começou por referir, com um entusiasmo que não dava para esconder.
André Horta, de 25 anos, lembra-se de todos os pormenores de como acompanhou essa épica final com Daniil Medvedev. E envolve… o irmão Ricardo Horta. “Lembro-me que o meu irmão me mandou logo mensagem no fim do primeiro set a dizer ‘hoje vai ser um amasso daqueles’. Respondi e disse que ainda havia muito jogo. Uma das coisas que mais retiro e aprendo com ele, uma das expressões que sempre ficou na cabeça é que quando está em dificuldades nos jogos, o trabalho é arranjar soluções. No segundo set viu-se um Nadal rejuvenescido, ao ataque. No tie-break, acabou por ser superior o Medvedev e aí senti que ele se foi um pouco a baixo. Mas depois quando sentiu o cheiro a sangue, teve a oportunidade de fazer o break e não mais largou”, lembrou.
E a verdade é que Horta teve um papel na vitória de Nadal. Estranho? O médio explica. “Nós estávamos em estágio durante a final. Ganhou o terceiro set e nós estávamos no almoço. Já não queria sair da mesma posição, mas não ia ficar na sala de refeições sozinho. Fui para o quarto e eu estava a ver o jogo numa posição, sentado na cama, em vez de estar encostado, até um pouco desconfortável. Ele foi ganhando e eu nestas coisas sou muito supersticioso. Fiquei o fim do quarto set e o último set na mesma posição. Foi uma dor de costas… Mas não podia sair daquela posição porque estava a dar sorte! Podem acabar com as discussões sobre quem é o melhor de sempre”, garantiu.
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Já com planos para ir a Roland Garros tal como quando assistiu à ‘Décima’, mas desta vez para assistir a ‘quartos’, ‘meias’ e final, André Horta mostra-se feliz por se manter em contacto com membros da equipa de Nadal e recorda os dois momentos em que privou com Rafa. O primeiro aconteceu na academia do maiorquino e ficou marcada pelo momento em que Horta mostrou a tatuagem ao seu ídolo.
“Eu estava sem palavras. Olhei para ele, veio para me cumprimentar e acho que foi a primeira vez que fiquei sem palavras. Mostrei a tatuagem e ele só me dizia ‘mas tu és maluco?#8217;. Estava lá também a equipa técnica, depois veio a irmã. Fui muito bem recebido por todos. Depois veio a fase das fotos, falámos um bocadinho, também mais de futebol, do Real Madrid, do Ronaldo, Mourinho. Acho que me lembro de todos os momentos que passei naquela manhã. As palavras que ficaram foi ele dizer-me ‘tu és maluco’. Se calhar sou um bocadinho, mas foi a maneira que arranjei de imortalizar a figura que é o que representa para mim. Acho que tatuar a cara de alguém é o máximo! Não dá para fazer nada acima disto”, confessou.
Mais tarde, voltaram a encontrar-se em Indian Wells. “Quando ele foi jogar a Indian Wells eu jogava no Los Angeles FC e convidaram-me logo para ir ao torneio. Arranjaram-me bilhetes e eu estive lá no jogo contra o Schwartzman. Lembro-me que não podíamos passar para a zona dos jogadores e ele tinha acabado, estava cansado. Estava a falar com eles e a dizer que se não desse era tranquilo. Foram buscar-me à zona onde estava e de repente estava ali com o Rafa. Estava a trocar uma palavras com o Nadal, sobre como tinha corrido o jogo, o adversário que ia ter na ronda a seguir. Depois falámos um pouco de futebol também que é um grande fã. Estive ali 10 minutos à conversa com o Nadal como se não fosse uma lenda e o melhor tenista de sempre. Tento sempre agradecer pela forma como me receberam em Maiorca e pela humildade com que eles gerem todo este sucesso e a fome que têm por mais. É algo que tento levar para a minha vida e é por isso que é o meu ídolo”, acrescentou.
Além de referir que também gosta de ver Alexander Zverev, Carlos Alcaraz e Daniil Medvedev, André Horta também deixa umas palavras sobre… Novak Djokovic. “Parece uma vergonha não se falar no Novak. Obviamente que gosto de o ver, mas ele tem de perder sempre. Sem lhe querer faltar ao respeito, tem de perder sempre…”, disse, entre risos.
A finalizar, o médio aceitou o nosso desafio e comparou jogadores do Sp. Braga com as maiores figuras do ténis mundial! “Como o Federer, em termos de técnica e finesse, meto o Iuri Medeiros, que é incrível. Em termos de eficácia, ser certo e se calhar é o melhor de todos quando está bem, meto o meu irmão como Djokovic. Medvedev, com um estilo meio esquisito mas eficaz, é o Vitinha, o nosso ponta-de-lança. Apareceu, não do nada, mas fruto do trabalho e agora é um muro. O Zverev é o Yan Couto, um tipo com muita qualidade e que se tiver cabeça pode ser incrível. Alcaraz pode ser o Rodrigo Gomes. O Kyrgios do Braga é o David Carmo. É um palhacinho, muito engraçado. Não é tão polémico, se não o Kyrgios do Braga era eu porque até costumo ter mais polémicas, mas não posso ser o Nadal e o Kyrgios!”, rematou.