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Ana Ivanovic: A namoradinha do circuito feminino
Façamos o seguinte exercício especulativo: apenas porque sim e nada mais, o WTA decidia organizar um daqueles concursos de beleza que têm tanto de supérfluos e desnecessários como de eficazes no que toca a prender-nos a atenção.
Candidatas não faltariam para uma série de possíveis categorias mais exóticas – da que leva mais bicicletas à que mais precisa de Photoshop antes de surgir no site do WTA – mas depois toma-se a liberdade de pensar no assunto com mais seriedade (tanta quanto o tema permite) e chega-se à conclusão que, nas categorias mais populares, há jogadoras que inevitavelmente levem larga e inalcançável vantagem.
Mas escolhamos uma ao acaso, para atestarmos a teoria. Disseram Ana Ivanovic? Porque não? Pois bem, a sérvia é tão dada a trazer o sorriso na cara e a fazer da simpatia uma forma de reduzir distâncias entre ela e quem vai seguindo o ténis à distância, que é fácil perceber por que razão é das desportistas que mais seguidores reúne por esse mundo fora.
A forma respeitadora como trata as suas rivais enquanto vai desfilando o seu talento e beleza, e a cumplicidade que cria com a comunicação social fazem dela uma das preferidas do público que não tira os olhos do universo tenístico. No fundo, Ivanovic está para o circuito feminino como Julia Roberts está para a América ou como a própria Catarina Furtado está para Portugal.
A faixa de Miss Simpatia está, portanto, entregue e, saltando a categoria que coroa a beleza, para não perdermos tempo com o que é óbvio, será altura de passarmos às categorias que a sérvia arrecadaria com base na extensa entrevista que concedeu à revista norte-americana Bella.
Miss Infância Feliz
“Eu venho de uma família de classe média; não tínhamos muito dinheiro, mas tínhamos o suficiente para ir de férias todos os anos. Somos uma família grande e tenho boas recordações do tempo que passava com os meus tios, tias e primos, em churrascos e a passear”.
Miss Estudante Perfeita
“Adorava a escola. Sempre fui muito estudiosa e sempre adorei aprender. Línguas sempre foi a minha disciplina favorita. Os meus pais esperavam que eu fosse para a universidade – o ténis era algo que eu apenas fazia por diversão. Mas aos 12 anos apercebemo-nos que havia a possibilidade de eu fazer carreira disso e tomámos uma decisão – como família – de avançar. A minha mãe largou o seu emprego para poder viajar comigo pelo mundo”.
Miss Causas Solidárias
“Quero ser alguém que ajuda as crianças e inspira os jovens jogadores a tentarem alcançar os seus sonhos. Algém como Angelina Jolie. Ela é muito empreendedora e um grande modelo a seguir. O minha maior realização fora dos courts foi provavelmente quando a UNICEF me convidou para ser embaixadora. Disseram-me que eu era uma influência positiva para as crianças, o que é uma grande honra para mim”.
Miss Intelectual
“Eu adoro ler. Tenho sempre um par de livros comigo. Gosto de muito géneros, incluindo não-ficção, mas os romances são os meus favoritos. Neste momento estou a ler “Emma” de Jane Austen”.
Miss Beleza Interior
“Eu acho que a beleza é algo que se traz de dentro. Quando se é genuína, sensível, e confiante isso reflecte-se e é muito mais importante que qualquer outro tipo de beleza”.
Miss Carreira Brilhante
“Vencer Roland Garros e tornar-me número um do mundo foi o momento alto da minha carreira. Era o meu objectivo desde que era criança e consegui-lo foi maravilhoso. As minhas duas metas alcançadas ao mesmo tempo – no espaço de dois dias – foi o fim-de-semana mais memorável da minha vida”.
Miss Futura Empresária
“É difícil de imaginar o ténis como não fazendo parte da minha vida. Não serei treinadora, isso é certo. Estarei interessada em explorar mais oportunidades de negócio. Na verdade, já sou sócia numa empresa em desenvolvimento e estou muito entusiasmada por passar mais tempo nessa área. A moda também é algo de que começo a gostar verdadeiramente”.
Miss Sem Tempo Para Namorar
“Se tenho tempo para encontros? Eu devia dizer que sim – há sempre tempo quando se encontra a pessoa certa. Mas uma das desvantagens deste trabalho é ter de viajar muito e não ter tanto tempo para sair e socializar como têm as pessoas com um emprego mais tradicional, por isso é difícil. Eu não conheço muitos homens”.
Miss Fotogenia
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