Alcaraz: "Sou um jogador de finais e faço coisas que os outros não fazem"

Alcaraz: “Sou um jogador de finais e faço coisas que os outros não fazem”

Por José Morgado - maio 8, 2023
Alcaraz
FOTO: Bruno Alencastro

Após a vitória neste domingo (8) sobre o alemão Jan-Lennard Struff, Carlos Alcaraz se mostrou muito contente com o seu segundo título seguido em Madrid e ao passar pela sala da imprensa não recusou responder a nenhuma resposta.

MAIS OBJETIVOS ATINGIDOS

São objetivos bonitos e importantes. Décimo título, quarto Masters 1000, defender o título em Madrid, quase número 1 novamente. São coisas muito grandes e que me deixam orgulhoso pelo trabalho que tenho feito. E sim, vamos a Roma!

VAI ESTREAR EM ROMA

Nunca joguei em Roma, será a minha primeira vez. Quero muito jogar lá porque fiquei de fora em 2022. Estou ansioso porque sempre quis lá jogar desde criança. Não sei como vai ser nem como me vou sentir lá, mas quero desfrutar em frente ao público italiano.

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RELAÇÃO ESPECIAL COM O MASTERS 1000 DE MADRID

Madrid é tudo para mim. Passei os meus últimos três aniversários aqui e muitos outros assistindo o torneio desde pequeno. Eu nem sempre celebrava o meu aniversário como os outros meninos. Normalmente passava sonhando que um dia jogaria aqui. Agora não só joguei como já venci duas vezes.

DESFRUTAR DA FINAL… MESMO QUE DIFÍCIL

Desfrutei mais do que sofri, mas houve momentos em que sofri. Nem tudo foi fácil. Foi muito complicado, mas desfrutei na maior parte do tempo. Jogar em frente à minha gente é sempre especial e tento aproveitar.

DUELO MUITO COMPLICADO

Houve momentos no segundo set em que podia ter quebrado e não consegui. No segundo set, ele encaixou mais primeiros serviços e isso causou-me problemas, mas eu não mudei a tática. Simplesmente tentei aproveitar melhor as minhas chances e ele também teve as dele.

IMPORTÂNCIA DO COACHING

Para mim o coaching é importante. Ter o Juan Carlos me dando instruções ajuda muito, também num jogo como hoje em que tive problemas. Fora da quadra se vê tudo melhor e ele me dá ferramentas para que as coisas mudem. Torna tudo mais fácil.

DIFERENCIADO NOS MOMENTOS IMPORTANTES

Tenho capacidade boa de jogar bem nos momentos importantes. Cresço bastante nos momentos mais apertados e é nessas alturas que faço coisas diferentes dos outros jogadores. Sou um jogador de finais. Joguei 13 e venci 10. Nesses momentos eu jogo o meu melhor nível e cresço.

O QUE É QUE O PODE PARAR?

As lesões podem parar. Tento me cuidar ao máximo. O mental, cansar de ganhar, de viajar, de jogar tênis… não me preocupa porque sei que isso não vai passar. Me preocupa as lesões e me cuidar fisicamente. É isso que estamos tentando fazer todos os dias. Cem por cento concentrado e sem facilitar. Os pequenos detalhes fazem a diferença.

PODE GANHAR MESMO JOGANDO MAL…

Sou um dos jogadores que mesmo quando joga mal posso vencer jogos. Em 80% dos jogos ao longo do ano não jogo ao nível a que quero, mas tenho que arranjar maneiras de vencer. Tenho que tentar fazer bons resultados constantes.

FELIZ POR INSPIRAR OUTROS A JOGAR TÊNIS

Me alegra saber que as pessoas gostam de tênis por causa de mim. É a minha vida, a minha paixão. Amo o tênis e poder transmiti-lo às pessoas e incentivá-las a jogar tênis… é uma maravilha.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt