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Afinal, o que é que Nadal tem no pé esquerdo? O raro e complicado Síndrome de Müller-Weiss
Rafael Nadal anda de mãos (ou pés…) dadas com uma doença degenerativa desde 2005. Um problema que reapareceu em força nesta fase da temporada, com o espanhol a ver-se obrigado a desistir tanto do Masters 1000 de Toronto como de Cincinnati, enquanto o US Open, onde defende os pontos do título conquistado em 2019, está em sério risco. Os efeitos colaterais estão a fazer-se sentir no pé esquerdo, com dores que impedem Nadal de estar a 100 por cento. Mas, afinal, o que é que o número 4 d0 ranking tem mesmo? Nós explicamos.
A doença é rara e chama-se Síndrome de Müller-Weiss. Tudo começou em 2005, depois do Masters 1000 de Madrid. Nadal acordou, literalmente, coxo no dia seguinte a vencer o torneio, devido a um pequeno problema no escafóide do pé esquerdo: como era mais fino, partiu-se ao meio e, ainda nos dias de hoje, Rafa tem uma espécie de caroço no local. Nadal chegou mesmo a ser aconselhado a deixar a prática do desporto profissional, mas continuou na luta. Uma solução encontrada foi utilizar uma palmilha muito agressiva para desviar o ponto de apoio do pé esquerdo.
Ou seja, este Síndrome de Müller-Weiss é uma deformação do escafóide, que limita muito a mobilidade, como explica a especialista Pilar Nieto. “A doença de Müller-Weiss é degenerativa e é uma displasia do escafóide do tarso, uma deformidade de um dos ossos localizada no mediopé e que é essencial para a sua mobilidade. Além disso, pelos seus sintomas, pela forma como se apresenta, a osteoartrite que geralmente ocorre só é percetível através radiologia e costuma ser difícil de diagnosticar até que esteja avançado”, apontou.
Nesta altura, é uma incógnita a forma como Nadal vai recuperar ou não da doença que, por ser degenerativa, pode limitar cada vez mais a sua mobilidade e aumentar as dores no pé esquerdo, impedindo a prática desportiva ao mais alto nível. De resto, até mesmo as lesões que Rafa já teve nos joelhos são associadas ao Síndrome de Müller-Weiss, uma vez que o espanhol mudava alguns movimentos para proteger o pé esquerdo. Resta agora saber se, tal como em 2005, quando era bastante mais novo, Nadal tem força para voltar.
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