Nadal afirma que pensou em acabar a carreira, mas que nunca perdeu a motivação

Nadal afirma que pensou em acabar a carreira, mas que nunca perdeu a motivação

Por Pedro Gonçalo Pinto - dezembro 31, 2023

Rafael Nadal participou de uma sincera coletiva de imprensa ainda antes da sua estreia no ATP 250 de Brisbane, nas duplas ao lado de Marc Lopez. O ex-número 1 do mundo reconheceu que chegou a pensar em terminar a carreira durante a recuperação, mas encontrou forças para continuar lutando. Agora, ele admite que a aposentadoria pode vira já neste ano, mas não confirma.

HISTÓRIA DA LESÃO

É uma longa história porque se desenvolveu em várias fases. Depois do que aconteceu na Austrália, pensamos que em umas oito semanas eu estaria de volta, os médicos estavam muito positivos. Mas quando passou esse tempo, eu me sentia praticamente igual. A frustração era muito grande e ter que desistir de toda a temporada de saibro foi o que me fez dar aquela coletiva de imprensa anunciando que ia parar um tempo. Não sabia que ia ter que ser operado. Me disseram que se eu me aposentasse não era preciso operar, mas para voltar era necessário. Tomei a decisão porque queria voltar a me sentir tenista.

ELOGIOS DOS OUTROS TENISTAS

É lógico que se perguntam aos outros tenistas não vão dizer que estou a jogar de forma desastrosa, não querem dizer coisas negativas dos outros! Mas falando sério, estou satisfeito com a forma como treino. Não tenho as expectativas de antes, sobretudo no início, algo que é lógico porque estou há muito tempo sem competir e não treinei muitas semanas em um bom nível. É difícil prever como vai ser tudo, competir é muito diferente de treinar, mas me sinto preparado depois de ver os meus últimos treinos.

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COMPARAÇÃO COM NAOMI OSAKA

A situação da Naomi e a minha são totalmente diferentes porque, pelo que entendi, ela disse que perdeu a paixão e o amor pelo tênis durante um tempo. Isso nunca aconteceu comigo. Nunca perdi a motivação para continuar. Claro que pensei em me aposentar durante alguns momentos da recuperação, mas tive a determinação suficiente para assumir que ia ter um processo doloroso e comprido, queria ter a oportunidade de voltar às quadras. Não sei o que vai acontecer, mas estou emocionado por voltar a estar em condições de competir.

A ÚLTIMA TEMPORADA DA CARREIRA?

Não posso prever o que vai acontecer no futuro, por isso digo que provavelmente é o último ano, mas não é 100%. É óbvio que há uma alta porcentagem de probabilidade de que seja a última vez que compito na Austrália, mas se estiver aqui para o ano que vem não me culpem de nada. Nunca se sabe como estarei daqui a seis meses, se o meu corpo vai permitir que desfrute do tênis tanto como nos últimos 20 anos, se serei competitivo. Com isto, me refiro ao fato de me sentir competitivo para ir para a quadra e sentir que posso enfrentar qualquer um, não no sentido de ganhar Grand Slams. Terminar a carreira? Passei por muitas coisas para voltar ao tênis e se tiver a sensação de que posso continuar a competir… Vai ser uma decisão difícil de tomar, mas dentro de mim sei que há uma alta probabilidade de que esta seja a minha última temporada.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt