Berrettini emocionado com nível em Wimbledon: “Achava que não estaria pronto para jogar”

Matteo Berrettini se classificou neste sábado (9) para as oitavas de final de Wimbledon após dar uma demonstração de força contra Alexander Zverev, anotando 3 sets a 0. O próximo adversário de Berrettini é nada mais, nada menos que Carlos Alcaraz Ainda assim, por agora, o ex-top 10 quer desfrutar do nível que está apresentando, que ainda não tinha conseguido demonstrar em 2023.

SURPREENDIDO PELO PRÓPRIO NÍVEL?

Nem sequer sabia se ia jogar. Vim para cá e disse que talvez a atmosfera ia me ajudar um pouco. Realmente não estava seguro disso, não porque não queria. Para jogar um Grand Slam tens que estar preparado fisicamente, emocionalmente e mentalmente. A vontade não é suficiente. Mas fiz um grande trabalho com a minha equipe e deixaram-me decidir. Uns dias antes pensei que não estava pronto, mas depois pensei que perdi muitos torneios nos últimos anos. Não poderia sair daqui sem tentar. Creio que este lugar tem algo especial, sinto um tipo de energia que não sinto em nenhum outro.

Zverev acredita que Berrettini é um legítimo candidato ao título em Wimbledon

RESPOSTA ÀS PALAVRAS DE ZVEREV

Agradeço. Sim, tenho que dizer que me senti muito bem, mas sei que isto é algo que não tenho de pensar no momento, especialmente, porque tive que recordar-me de onde vinha antes deste torneio. A atitude vai ser a mesma. Cada jogo é realmente difícil. Hoje joguei bem, mas não significa nada sobre ganhar o torneio. Estou aproveitando cada segundo. Tenho um jogo muito duro na segunda-feira, provavelmente um dos mais duros da chave.

EVOLUIR ENQUANTO JOGADOR

Nunca tinha acontecido ter jogado num Grand Slam em tantos dias seguidos. Não joguei a melhor de cinco sets todos os dias, joguei um set, depois dois. Vinha de não jogar nada e foi intenso. Creio que de certo modo me ajudou. Creio que aprendi que a melhor de cinco sets é um jogo longo. Quando perdi o primeiro set contra o Sonego estava realmente chateado mas pensei: ‘Conseguisse virar muitas vezes na carreira’. Esse tipo de atitude me ajudou a não ficar tão chateado. Se me dissessem há umas semanas que ia jogar cinco dias seguidos em Wimbledon tinha assinado com o meu sangue. Passei dias na cama pensando nos torneios que perdi, nas lesões que tive e na tristeza que sentia. Pensei que tinha que voltar e sentir-me vivo quando jogo. Essa é a energia que tenho agora. Não importa o quão cansado estou, encontro essa energia extra que talvez há uns anos não tinha.

ALCARAZ PELA FRENTE

Você quer jogar contra os melhores do mundo. Jogar contra o Carlos sempre foi um prazer e uma grande luta. Me lembro de enfrentá-lo na Austrália em cinco sets e em três sets no Rio e Viena. Damos sempre o nosso melhor, ele é o número 1 neste momento, é o melhor jogador do mundo. Vai ser um grande desafio, mas estou muito contente de ter este tipo de oportunidade. Lembro-me de o ver jogar em Roland Garros na minha televisão. Agora serei eu a enfrentá-lo e estou muito feliz com isso. Creio que isto vai me ajudar a desfrutar e encontrar essa energia extra.